Princípios teóricos do Grande Despertar (baseados na Quarta Teoria Política)

O Prof. Dugin identifica como o nosso principal inimigo a Modernidade Política Ocidental, apontando a Quarta Teoria Política enquanto projeto aberto a tantos quantos queiram elaborar alternativas não dogmáticas a essa decadente ordem.

1 – Liberalismo está em decadência

* Agora nós podemos facilmente observar que a ordem global está em decadência. O Globalismo está colapsando.
Nós vemos, por exemplo, uma verdadeira agonia nos Estados Unidos. A ameaça do Presidente Trump – que é muito mais moderado em relação
a agenda liberal global – está sendo vivenciada pelos globalistas como algo fatal, algo existencial. Os globalistas estão tentando destruir os Estados Unidos com o objetivo de promover o seu candidato para salvar a sua agenda a qualquer custo.

* Trump chamou a atenção para a cultura do cancelamento – um novo tipo de totalitarismo pós moderno. Por exemplo, o New York Times declarou a necessidade de cancelar Aristóteles (https://www.nytimes.com/2020/07/21/opinion/should-we-cancel-aristotle.html). Nós estamos lidando com a clara face da ideologia liberal.
É uma ditadura liberal, pois demanda cancelar a história – Platão, Aristóteles, a Idade Média, autores modernos, filosofias modernas… Tudo que não coincide com os critérios cada vez mais estreitos do radical e totalmente intolerante liberalismo.

* Isso são claros sinais de totalitarismo. Os nazistas (nacional socialistas) demandaram cancelar os judeus. O totalitarismo soviético (totalitarismo socialista) demandou cancelar dissidentes. Agora, a ideologia liberal demanda cancelar tudo – ou quase tudo com exceção do Black Lives Matters, LGBT+ do Soros, e alguns grupos escolhidos de minorias, ao
custo de proibir todos os outros. Então, essa é a agonia.

2 – Liberalismo e suas alternativas

* O quê é uma agonia? Liberalismo é uma agonia.
* Primeira teoria política: Liberalismo
* Segunda teoria política: Comunismo
* Terceira teoria política: Fascismo – ou Nacional Socialismo

* O liberalismo se saiu vitorioso sobre os seus rivais no século XX (comunismo e fascismo).

* Essas três teorias representam a modernidade política – A modernidade política Ocidental.

* A agonia do liberalismo inclui fim próximo da modernidade política Ocidental, pois nem o comunismo ou o fascismo puderam ser considerados alternativas reais ao liberalismo.

* Comunismo e fascismo possuem bases comuns com o liberalismo:
– Materialismo
– Ateísmo
– Progressismo
– Uma abordagem meramente materialista do ser humano.

* Nós iremos perder a oportunidade da crescente crise – alimentada pela impossibilidade das estruturas globalistas em lidar com o coronavírus (outro sinal do colapso do liberalismo) – se nós escolhermos nos opor a isso com o comunismo ou fascismo, porque eles são alternativas do passado. E eles pertencem a mesma família de ideologias modernas Ocidentais.

* Então, a Quarta Teoria Política é um convite para usar esta janela de oportunidade histórica  ( representada pela agonia do liberalismo como a primeira teoria política)  para superar o que é comum a todas as formas da modernidade política – superar o campo filosófico, metafísico, político e ideológico da modernidade política.

3. A Quarte Teoria Política vs A Modernidade Ocidental

* A Quarta Teoria Política é um convite para buscar uma alternativa para este decadente liberalismo em declínio, que tentou ser a principal e única ideologia política do momento de Fukuyam em O Fim da História e o Último Homem (1992) até agora.

* Depois do fim do comunismo e fascismo no século XX, o liberalismo se tornou a única ideologia política, que tentou ser um tipo de linguagem universal – algo totalmente imposto, com livre mercado, democracia liberal, parlamentarismo, individualismo, tecnologia, ícone cultural e ética LGBT+. Tudo isso foi tido como universal. E agora esse universalismo está acabando.

* A Quarta Teoria Política é um convite para criticar e combater a primeira teoria política nem de uma posição fascista ou comunista, ou de uma perspectiva fascista-nacionalista ou nacional socialista – pois ambas pertencem ao passado. Isso é um convite para superar a modernidade política Ocidental combatendo o liberalismo, porque ele ainda existe.

4. Por que o liberalismo é o mal absoluto?

*Nós escolhemos precisamente o liberalismo para ser a representação e símbolo do mal absoluto porque ele ainda está aqui, e liberais ainda pretendem organizar o mundo sob o governo de uma elite transnacional liberal.

* O Liberalismo é pior do que o comunismo e fascismo não só de um ponto de vista teórico. É pior porque ele ainda existe aqui. Comunismo e fascismo pertencem ao passado – eles são quimeras, eles são apenas restos, resíduos da história política.

* Então, primeiramente, nós precisamos combater o liberalismo. Nós precisamos trazer esse último declínio ao fim, precisamos superar o liberalismo, precisamos acabar com o liberalismo – com a sociedade aberta, os direitos humanos, com todos os produtos desse sistema liberal a la Soros
baseados no individualismo, materialismo, progressismo, na total alienação dos povos e na extinção dos laços sociais.

*Individualismo é a última palavra do liberalismo. Portanto, precisamos acabar com o conceito de individualismo.

5. Comunismo e fascismo são as armadilhas

*Não devemos ir para as alternativas do passado. Não devemos cair na armadilha do comunismo ou fascismo. Precisamos imaginar algo radicalmente diferente – não somente do liberalismo, mas da modernidade política Ocidental como um todo. Isso é a 4 Teoria Política – é disso tudo que se trata.

* Hoje, nosso principal inimigo é representado pelo liberalismo, pela sociedade aberta, pelos grupos de liberais terroristas financiados pelo Soros – que podem ser tidos com esquerdistas ou fascistas de extrema esquerda. E outros: liberais estão tentando usar grupos étnicos e religiosos.
Por exemplo, quando combatem o Islã como uma sagrada tradição religiosa, os globalistas estão usando alguns muçulmanos para destruir a identidade europeia. Quando lutam contra todos tipos de identidade nacional, eles usam algumas identidades étnica (Uigures e Ucranianos, por exemplo) para desestabilizar os polos alternativos que não pertencem a sua visão liberal unipolar de mundo. Eles são cínicos nesse sentido, eles são hipócritas – eles podem usar algo que criticam se precisarem. Eles têm um duplo padrão moral.

* Mas a ideia principal em combater o liberalismo, é combater toda a modernidade política Ocidental. Esse é o inimigo. A Quarta Teoria Política convida todos a luta.

6. O nome do inimigo é Modernidade Ocidental

* O nome do inimigo tem importância fundamental. Se nomeamos o inimigo como as Ideologias da Modernidade Política Ocidental  ou  Modernidade Política Ocidental, então já estamos no caminho certo.

* Nós não convidamos as pessoas a lutar contra o Ocidente. De maneira alguma. O Ocidente não é o inimigo.

* Nós não convidamos as pessoas a lutarem contra a modernidade, como tal – por exemplo, o estado contemporâneo das coisas em algumas sociedades. Porque nós temos sociedades diferentes, diferentes civilizações que existem no mundo moderno e não pertencem a modernidade Ocidental.
Na verdade, podemos viver num mundo moderno fora da modernidade política Ocidental.

* Então não estamos nem desafiando o Ocidente, ou a modernidade: estamos desafiando a Modernidade Ocidental. E isso é um tipo de forma baseada na virada anticristã, anti-espiritual e anti-tradicional na história Ocidental que coincidiu – não por acaso – com o colonialismo, o começo do Iluminismo, e afins. Essa era moderna de cientificismo, materialismo e período colonialista da história Ocidental é o mal, é o problema.

7. Contra o capitalismo, escravidão e Iluminismo

* Nós identificamos como nosso principal inimigo a Modernidade Política Ocidental [fim grifo], ou [grifo] Modernidade Ocidental em geral – no sentido filosófico, científico, geopolítico e econômico. Isso coincide com o capitalismo, porque o capitalismo, materialismo, ateísmo e colonialismo reintroduziram a escravidão após centenas de anos de sua extinção na cultura Cristã Ocidental. A Escravidão foi reintroduzida pela modernidade política Ocidental.

* Às vezes parece que a escravidão nos tempos coloniais, na América e África, foi um fenômeno continuado da antiga tradição do Ocidente pré-moderno. De jeito nenhum. Isso foi uma instituição completamente nova – a instituição moderna. A escravidão moderna é o caminho para a então chamada modernidade “liberal democrática”.
Povos combatendo o colonialismo tem de entender isto muito bem: eles estão combatendo a modernidade política Ocidental.

* Isso foi um novo conceito de escravidão baseado na raça e aspectos biológicos, e baseado no progresso. Porque não houve uma explicação razoável em usar negros ou pessoas de cor como escravos separada do progresso. Isso foi um novo conceito de escravidão baseado em medir o progresso. Progressismo foi a principal força por trás da escravidão.

* Para nos livrarmos das consequências da escravidão e colonialismo, precisamos extinguir a modernidade política Ocidental. É o única jeito [fim grifo]. Se projetarmos erroneamente a escravidão fora da modernidade política burguesa e capitalista Ocidental, seremos levados a uma conclusão errada. Todo o fenômeno foi criado, explicado
e patrocinada pela modernidade política Ocidental.

8. Inspiração do Oriente

* Como fazemos para cair fora desse campo epistemológico da modernidade política Ocidental? Se focarmos no nome ‘Modernidade Política Ocidental’, nós já temos uma solução. Com a finalidade de cair fora dessas fronteiras, nós convidamos você a ir além do Ocidente. Então, bem vindo ao Oriente. Bem vindo às civilizações não-ocidentais.

* Bem vindo ao Islã, bem vindo a Índia, bem vindo a grandiosa civilização chinesa antiga, bem vindo a África, bem vindo às sociedades arcaicas. Todas essas formas de civilização podem ser nosso exemplo para se seguir.

* Nós devemos considerar a História Ocidental como somente uma fração da história da humanidade. Se nós rejeitarmos as pretensões do Universalismo Ocidental, nós podemos redescobrir os valores das Ideias Políticas Chinesas, das Ideias Políticas do Islamismo, do Pensamento Político Cristão Ortodoxo – Oriental e não Ocidental, que é uma forma completamente diferente de pensamento político. Nós podemos redescobrir a Tradição Indiana, nós podemos redescobrir os povos arcaicos… Não os julgando do ponto de vista do progresso ou desenvolvimento tecnológico.

* Povos em todas as formas, vivendo em todos os tipos de sociedades, são ainda humanos – talvez mais humanos que nossa civilização tecnológica. Devemos redescobrir a multiplicidade de todas formas de culturas e sociedades, e devemos aceitá-las. Aceitar os mais arcaicos povos, as mais arcaicas sociedades e tribos vivendo fora da suposta “civilização” como exemplos a serem seguidos, ou talvez, para se descobrir e estudar… Algo que precisamos entender primeiro, e não julgar ou tentar trazer sob o critério da Modernidade Política Ocidental.

* Estamos redescobrindo todas as formas de civilização fora do Oriente. E isso é excelente. Ter essa imensa quantidade de pensamento político, cultural, filosofia, religião…Fora do Ocidente. E podemos toma-los como fontes de inspiração para criar algo novo. Nós podemos propor algo Não-Ocidental e toma-lo como uma estrela guia para a Quarta teoria Política.

* Obviamente, não podemos chegar a algum tipo novo de universalismo. Não devemos e não precisamos disso. Precisamos abrir as perspectivas para cada civilização, cada cultura criarem o seu próprio futuro político, longe de algo que é imposto como inevitável, como um destino pela Modernidade Colonial Ocidental.

* Primeiramente, o convite é geográfico. Nós devemos reconhecer o valor do pensamento político fora do Ocidente. Por exemplo, os Eurasianistas Russos comentaram que o estudo filósofo austríaco Kelsen sobre o universalismo da história do direito é totalmente dedicado ao direito romano. Somente algumas páginas são dedicadas a outros sistemas legais Não-Ocidentais. Isso não significa que o Direito Romano é mau. Existem outros sistemas jurídicos Não-Romanos fora da Civilização Ocidental – e isso é ótimo. Nós temos o Direito Islâmico, Chinês, a Tradição Confucionista, A Lei Indiana, apesar de alguns sistemas arcaicos de legalidade e legitimidade. Precisamos considerar todos eles.

* Todas as civilizações podem ser inspiradas pelo seu próprio pensamento político. Esse é o significado da Quarta Teoria Política. Depois do fim do liberalismo (que está se aproximando), precisamos reabilitar os sistemas políticos Não-Ocidentais. Esses sistemas podem parecer aos ocidentais como terríveis, incivilizados ou desagradáveis… Mas isso não é um argumento. Ocidentais devem se preocupar com sua própria civilização, que é somente mais forma de civilização entre tantas outras. E ninguém deve julgar os outros. Ninguém – nem Soros, Bill Gates, Hillary Clinton, Washington, Bruxelas, Moscou, Rihad, Nova Déli ou Pequim.

* Ninguém pode julgar o outro. Não existe critério universal no pensamento político, e esse é o princípio principal da Quarta Teoria Política.

9. O verdadeiro universalismo é baseado na pluralidade de sujeitos

* Para desenvolver um significado positivo para ordem mundial pós-liberal, devemos reconhecer isto como o direito mais importante: Todas as civilizações podem estabelecer os seus próprios sistemas políticos foram de qualquer paradigma universal – acima de tudo, fora do Paradigma Político Ocidental, aceito ou imposto como algo universal. Democracia, liberalismo, direitos humanos, LGBT+, robotização, progresso, digitalização e cyberespaço são opcionais. Eles não são valores universais. [fim grifo] Não existem valores universais, exceto o valor acima que todas as formas de civilizações podem concordar.

* Nos falta uma ordem internacional real, porque nos falta os sujeitos de total escala para estabelecer tal lei. Agora, ainda estamos na colonização. Há somente um único sujeito: o sujeito liberal moderno ocidental, que tenta impor seus próprios valores como uma ordem universal formal sobre todos os outros. E isso é radicalmente errado. Estamos lutando precisamente contra essa pretensão.
O Ocidente é o Ocidente. O Ocidente não é tudo. O Ocidente é parte do todo. Ocidentais são parte da humanidade. O Ocidente pode ser aceitado ou rejeitado – tudo depende da livre decisão de outras civilizações. O Ocidente é uma civilização em meio a tantas outras.

* É por isso que o pensamento Não-Ocidental é tão importante. O verdadeiro estudo universal da Lei deveria incluir todos os sistemas legais de todas as civilizações existentes – a parte séria do Confucionismo, a parte séria do Pensamento Político Indiano, a grande parte do Direito Islâmico, a grande parte do Direito Bizantino, e grande parte dos vários sistemas de direito arcaicos…
Toda tribo arcaica pode criar seu próprio sistema, e devemos estar bem atentos a isso. E, claro, a parte grande do Direito Romano. Ainda sim, contudo, nós poderíamos também incluir o pensamento político Ocidental Moderno – porém, ele seria uma porção pequena do todo do pensamento político da humanidade.

* Nós deveríamos insistir nessa redistribuição do sistema de valores. Isso é um caminho para sairmos da Modernidade Política Ocidental. Nós deveríamos reconhecer a escala total de dignidade do pensamento político Não-Ocidental.
Isso é bastante concreto: em toda civilização podemos facilmente encontrar a uma enorme quantidade de tratados políticos, ideias, escolas… Mas estamos os ignorando completamente, lidando com a sociedade aberta e seus inimigos ( Karl Popper, Hayek ou Marx) como pensadores ou sistemas universais. Sim, eles são mais ou menos interessantes. Mas comparando com o Confucionismo, com o pensamento político Indiano e com o pensamento político Islâmico, o liberalismo, Marxismo e Nacionalismo Ocidental são bastante pobres. Eles são apenas formas possíveis de pensamento político – uma porção pequena e bastante arrogante da humanidade. Eles são apenas uma parte pequena e não o todo.[fim grifo] E isso é extremamente importante.

10. O Ocidente é apenas parte do Resto

* Nós precisamos restaurar a dignidade de todas filosofias políticas Não-Ocidentais, incluindo África, Índia e as Américas, incluindo as grandiosas e desenvolvidas civilizações bem como as pequenas e arcaicas sociedades da Oceania.

* Precisamos aceitar a humanidade como humanidade  – não o Ocidente e o Resto. Deveríamos reverter a posição: o Resto é o nome da humanidade, e o Ocidente o nome da doença no corpo da humanidade. O Resto é o centro e não o Ocidente.

Александър Дугин: Теоретични принципи на Великото пробуждане  /Препоръчваме-Поглед.инфо!!!/ - Поглед Инфо
O Choque de Civilizações e a Reconstrução da Ordem Mundial ( livro de Samuel Huntington, 1996)
* Agora, nós estamos vivendo em um sistema em que o Ocidente é um polo único ( unipolar) e pretende estabelecer um governo sob o Resto. Precisamos organizar uma revolução humana global geopolítica contra isso. Deveríamos distribuir o status de sujeito entre o Resto. O Ocidente é parte do Resto – um pequena porção do Resto.

* Não deveríamos punir o Ocidente. Deveríamos coloca-lo dentro de suas fronteiras normais, históricas e orgânicas – e nada além. Você é Ocidental? Tudo bem, mas você não é universal. Você acredita firmemente em direitos humanos, LGBT+? Isso é com você. É a sua decisão, não a minha. Isso não é necessário. Nós podemos proibir o casamento gay ou o orgulho gay – isso é completamente um direito nosso, e isso é uma grande decisão que podemos tomar. Ou nós podemos deixar isso acontecer…

* Nada deveria ser universalmente condenado ou justificado. Tudo depende do balanço de decisões feito por cada civilização.

* Para estabelecermos uma ordem mundial baseada nesse princípio, precisamos rejeitar a revindicação da Modernidade Política Ocidental em estabeler um domínio universal. Sociedades Não-Ocidentais devem ser colocadas primeiro. Nós deveríamos extinguir o consenso Ocidental; não existe tal coisa de consenso Ocidental. Existe um regime, uma colonização, uma ocupação – isso é o Imperialismo Liberal Ocidental que deveríamos lutar contra.

11. O próprio Ocidente deveria ser libertado da modernidade

* Isso é muito importante; não deveríamos culpar o Ocidente – deveríamos culpar a modernidade Ocidental. E isso é totalmente diferente, porque os muitos povos do mundo não são os únicos explorados e colonizados pela Modernidade Ocidental: a identidade da Cultura Ocidental (da Civilização Ocidental, da Sociedade Ocidental) foi também raptada pela modernidade. E agora, com o florescimento da cultura do cancelamento, nós vemos como isso funciona.
Os liberais de hoje estão tentando cancelar os princípios fundamentais da identidade Ocidental. Cancelar Aristóteles, Platão, Hegel, Nietzsche, Heidegger… Demonizar tudo do grandioso pensamento político e cultural do Ocidente – tudo que não se encaixa nos limites estreitos dessa radicalmente intolerante ideologia liberal esquerdista. Tudo é julgado como fascismo, como algo intolerável.

* O Moderno Ocidente destroi cada vez mais princípios do Ocidente ( o Ocidente Pré Moderno). Então, precisamos libertar o Ocidente. Não somente libertar o Resto do Ocidente; mas, ao mesmo tempo, precisamos libertar o Ocidente da modernidade. Porque a modernidade tenta cancelar as origens, fontes da identidade Ocidental. Agora, está bastante aberto. Todos são colonizados pela Modernidade Política Ocidental. Não só as culturas e civilizações Não-Ocidentais – o próprio Ocidente é colonizado pela modernidade.

* Precisamos libertar o Ocidente. Precisamos libertar Platão, Aristóteles, a Antiguidade Greco-Romana. Precisamos restaurar a dignidade das sociedades cristãs pré-modernas – pensamentos políticos, valores culturais, filosofias, metafísica… Precisamos restaurar a herança da pré-modernidade Ocidental, que está em vias de ser totalmente cancelada pelo novo expurgo do liberalismo.

* Devemos nos unir em uma revolução global contra a Modernidade Política Ocidental. Nós devemos entender que não estamos lutando contra o Ocidente. Estamos lutando contra o regime da modernidade.

* A modernidade é Anti-Ocidente. Não é o Ocidente. É um desvio da história Ocidental baseado no total desentendimento do seu príoprio ser. Modernidade ociental é uma doença. É uma doença Ocidental – mas que, primeiramente, matou o próprio Ocidente. Então, precisamos ajudar o Ocidente a ser livre da modernidade.

* Precisamos liberar a Europa e os EUA do liberalismo. Devemos apoiar todos os tipos de movimentos populares e tendências que tentam restaurar a justiça social e liberar os povos da elite política liberal que promovem mais e mais modernização, liberalismo e suicídio. Porque agora a educação pós moderna Ocidental está focada na total destruição de qualquer forma de valores Ocidentais.
Isso é um novo tipo de barbarismo. Liberais não trazem cultura, mas a barbárie. Essa cultura de cancelamento ( que inclui LGBT+, Black Lives Matter, e outras tendências feministas) estão inclinadas a cancelar todas as outras formas de cultura. Isso é o genocídio da cultura Ocidental.

* Modernidade não é Ocidental. É uma doença, uma doença moderna que mata a identidade Ocidental. E não é um inimigo humano que causa essa doença – ela é causada pela a mudança no registro da existência.

* Precisamos acabar com o capitalismo, Modernidade Ocidental, materialismo, ciência moderna – todos tipos de frutos políticos, culturais e filosóficos da modernidade. E isso não é niilismo de maneira alguma [fim de grifo], pois extinguindo a modernidade, estaremos aptos a perceber a enorme herança cultural Greco-Romana (que está cancelada agora… ou num processo de ser radicalmente cancelada).
Nós iremos descobrir as raízes da identidade Ocidental: as raízes espirituais, religiosas, filosóficas e políticas – não esse tipo de desvio e perversão que estamos lidando com o passar da modernidade política.

* Não somente o mundo deve ser descolonizado: o próprio Ocidente deve ser descolonizado e restaurado em sua real dignidade – como uma grandiosa civilização em meio a outras grandiosas civilizações.

* Portanto, não é contra o Ocidente. É contra o liberalismo e globalismo, contra a modernidade política Ocidental.

12. Pós Modernidade vista pela Direita

* A Quarta Teoria Política é um convite para seguir em frente, adiante. Nós podemos nos inspirar do passado, mas estamos vivendo no presente. Não devemos retornar ao passado exatamente como ele foi – precisamos tomar um passo adiante, para frente e não muitos passos para trás.
O passado deve ser considerado como um exemplo eterno, tais como as ideias Platônicas, como seres que nos inspiram. Mas estamos lidando com o tempo e o tempo moderno é uma catástrofe. É o tempo da decadência, do colapso, da catástrofe final. Portanto, devemos ir além.

* Nós podemos usar alguns métodos da Pós Modernidade para desconstruir a modernidade política ocidental. Existem duas parcelas no pós modernismo. Primeiro, há uma crítica bastante legítima da violenta e pervertida parte da modernidade política Ocidental como totalitarismo.
Nós podemos concordar com essa crítica pós moderna. Mas existe uma segunda parte do pós modernismo: a continuação moral da modernidade – uma concordância com o seu chamado para mais liberação, equalitarismo e outras matérias da moralidade esquerdista liberal. Nesse aspecto moral, a pós modernidade é muito pior do que a modernidade. Mas precisamos separar essas duas partes. Podemos aceitar e usar o criticismo e processo de desconstrução da modernidade, e rejeitar caminhos de solidariedade moral que são próprios do pós modernismo.
Precisamos ter um tipo ‘correto’ de pós modernismo – a pós modernidade vista pela direita. Não a direita econômica ou política. Essa palavra é usada somente para diferenciar o uso da pós modernidade pela esquerda liberal para destruir mais e mais da identidade ocidental e humana global.
Portanto, precisamos focar no processo de desconstrução da modernidade política ocidental sem partilhar das presunções morais da pós modernidade.

13. Coronavírus: o globalismo fracassou totalmente

* Agora, o coronavírus é a praga – um tipo de sinal escatológico ( isso é muito importante), bem como um símbolo da total incapacidade dos globalistas em administrar um problema como uma epidemia. Isso é um claro sinal do fim da globalização.

* O coronavírus e o lockdown demonstraram o quão frágil é o sistema globalista. E quando somos desafiados por uma ameaça séria, nós imediatamente fechamos as fronteiras. Fechar as fronteiras é uma solução de curto prazo para qualquer coisa.
E talvez, ainda vivendo num lockdown parcial, nós podemos aprender algo muito importante disso: abrir ou extinguir fronteiras não é uma solução universal. Ela pode ser útil ou prejudicial, portanto não é uma solução universal. Nenhuma solução é universal quando estamos lidando com elites liberais.

* As elites liberais tentando apagar o fogo com gasolina é suicídio. Um exemplo disso está acontecendo agora nos EUA. Os democratas estão perdendo a legitimidade de sua luta pelo poder contra Trump, e por isso estão tentando usar a guerra civil como um argumento para conseguir o que querem. Isso é suicídio – a política do suicídio.

14. Liberalismo: extremismo, crime, suicídio e ódio

* O que os liberais fazem hoje é suicídio. Portanto, precisamos para-los, precisamos supera-los. Sem liberalismo – ele deve ser posto de lado. O liberalismo é hoje o nome para fascismo. Se no passado demonizamos o fascismo, agora a palavra liberal deve ser um insulto. Se você é um liberal, você é um sub humano, você é menos do que um humano, você é uma criatura doentia, uma criatura pervertida. E você é um criminoso, pois está alimentando uma guerra civil, desigualdade social, ocupação, colonização, desumanização. O liberalismo é um crime, um crime contra a humanidade – pior do que fascismo e comunismo. Isso não significa que devemos restaurar o fascismo ou comunismo. Eles foram regimes totalitários. Nós devemos deixá-los de lado também. Eles pertencem ao passado. E o liberalismo é o verdadeiro perigo, o verdadeiro sistema criminoso da ordem mundial que ainda existe.

* Ser antifascista ou anticomunista é lutar contra as sombras do passado. O verdadeiro desafio é ser antiliberal. Hoje, existem nós e eles. “Eles” são os liberais e eles não estão contra somente os Russos, Chineses, Muçulmanos e Patriotas Europeus – Eles estão contra os Norte Americanos, Latino Americanos, Africanos, Europeus e quaisquer outros. Eles são alienados de suas próprias sociedades. Eles não tem legitimidade para governar porque são usurpadores, exploradores
e assassinos. Ser um liberal, é ser um assassino.

* É assim precisamente que a Quarta Teoria Política entende a situação. E é assim o quadro do debate que gostaríamos de ter com você no 1º Congresso Internacional da Quarta Teoria Política.

15. A Quarta Teoria Política e um novo projeto educacional

* Finalmente, precisamos agir – para colocar essas considerações ( se você compartilha delas, se você concorda com elas) em algum tipo de prática. E a prática mais importante e central está na educação. Porque é através da educação que os liberais penetram em nossa sociedade, pervertem nossas crianças, destroem os princípios mais básicos das culturas e países, destroem e dissolvem identidades.

* Precisamos promover esta educação tradicionalista – incluindo metafísica, teologia, tradições medievais, bem como sistemas Não-Ocidentais de pensamento. E todos os tipos de tendências filosóficas que formalmente pertencem ao Ocidente moderno, mas que são
diferentes dele – por exemplo, a filosofia clássica alemã começando com Fichte, Schelling, Hegel, Nietzsche ou Heidegger, a revolução conservadora, o tradicionalismo, o pensamento italiano, o domínio artístico menos afetado pela modernidade capitalista liberal e Ocidental de princípios…

* Tudo que deve ser salvo e transformado em algo acessível para os povos mundo afora. Por quê isso é tão importante? Porque precisamente no tipo de educação Ocidental essas coisas estão desaparecendo perante nossos olhos. Hoje, não há educação clássica nas melhores escolas e universidades.
Eles estão perdendo essa herança. Eles estão mais e mais envolvidos na cultura do cancelamento. Eles tentam cancelar tudo na educação.

* Usando um termo indiano, esse é o projeto de Quarta Teoria Política no nível dos Brahmas – filósofos, padres, sacerdotes e intelectuais. É um tipo de engajamento muito especial para pessoas bastante inteligentes. Isso não pode ser para as massas. É para esses indivíduos isolados. Precisamos prestar atenção a eles, precisamos satisfazer as suas necessidades. Se o sistema educacional liberal avançar, eles serão totalmente alienados. E isso não afetará só as Universidades Ocidentais, mas também as Universidades Orientais, que somente tentam imitar o padrão Ocidental.

17. Programa para a segunda casta: Xátrias, guerreiros e ativistas

* Mas também temos que criar um chamado educacional para a elite política: os lutadores, os xátrias, os guerreiros. E eles não podem ser satisfeitos somente com conhecimento: eles precisam colocar o conhecimento em prática. Eles devem praticar num especial sistema educacional online para criar o conhecimento guerreiro – nominalmente o conhecimento sobre como combater nosso inimigo. Para isso, eles precisam de qualidades especiais. Devemos restaurar os valores desse tipo de pessoas que são heróis em potencial. Eles estão totalmente excluídos da pós modernidade, do liberalismo – eles não existem mais.

* Não foi por acaso que a Modernidade Política Ocidental promoveu a erradicação dos dois primeiros estados: os padres, e as nobrezas aristocráticas – os guerreiros. O Capitalismo veio para destruir esses dois tipos de personalidades humanas. Agora, nós chegamos ao último estágio de erradicação dos brahmas e xátrias pelo mundo afora. Precisamos ajuda-los a se reconstruir e a realizar suas missões existenciais e metafísicas.

* Portanto, precisamos criar uma rede para os xátrias modernos combaterem o liberalismo, a ordem unipolar mundial e a Modernidade Política Ocidental – mas não lutarem uns contra os outros. Isso é muito importante. A Quarta Teoria Política convidas todos xátrias a não lutarem uns contra os outros – por exemplo, Chineses contra Indianos,
Indianos contra Paquistaneses, Xiitas contra Sunitas, Cristãos contra Muçulmanos, Africanos contra pessoas brancas, ou uma nação contra a outra. Porque isso é uma estratégia dos liberais. Eles querem dividir e governar ( divide et impera) em nosso nome. E quando eles avistam algum espírito guerreiro ascendendo em nossa sociedade, eles
tentam manipula-lo e orienta-lo contra outros rivais em potencial, competidores, ou inimigos da sociedade aberta. Não devemos também cair nessa armadilha. Precisamos promover a solidariedade entre os xátrias de todo o mundo.

* Antes de tudo, devemos acabar com o globalismo; e depois disso, devemos resolver nosso problema mútuo. Mas esta rede comum de xátrias, guerreiros e heróis é muito importante. Precisamos providenciar uma educação para todos esses Xátrias baseado na solidariedade entre o arquétipo guerreiro dos homens e das mulheres. Porque
esse tipo de personalidade humana é distribuída uniformemente entre homens e mulheres. Não devemos ser arrogantes com as mulheres – nós devemos reabilitar a dignidade tradicional da mulher.

* Na modernidade política de hoje, mulheres são vistas como bens, porque a lógica capitalista materialista prevalece. Precisamos libertar as mulheres para seu próprio destino – que pode estar ligado ao tipo filosófico. É um caso raro, mas a filosofia é rara, uma característica muito especial do ser humano. E, como Platão diz, isso é raramente achado entre
os homens – mas também é raramente achado entre as mulheres. É raro assim. [grifo] Homens que são totalmente devotos a filosofia e metafísica são raros, mas também as mulheres que são.

* Precisamos restaurar a dignidade da mulher e dá-las a oportunidade de acesso a uma educação Quarto Teórica nas mesmas condições que o homem. A diferença entre estrutura metafísica da alma é muito mais importante que a diferença de gênero. Portanto, depois de criar uma educação de brahmas aberta a homens e mulheres em todo o mundo, nós devemos promover uma rede moderna de Xátrias também abertas às mulheres, de maneira a promover a luta contra o mundo moderno, e não contra uns aos outros.

18. Programa para a Terceira Casta: Vaixás, campesinos e compatriotas

* Mas tudo isso é dedicado a uma pequena minoria da população global, porque os Brahmas ( os pensadores, filósofos e intelectuais) são raro; e os guerreiros – os verdadeiros heróis – são raros também. E o que fazer com a grande massa da população que é também vítima dos liberais? O que podemos propor fora dessa abordagem elitista? A ideia principal é organizar um terceiro nível de educação para a maioria absoluta da população, que deve estar ligada a restauração da família tradicional e a forma tradicional de viver com a agricultura. Campesinato é a resposta.

* Primeiramente, o campesinato europeu foi destruído pelo capitalismo. As pessoas que intencionaram ser o terceiro estado burguês não eram representantes do verdadeiro estado na tradição europeia, porque o terceiro estado foi precisamente representado pelo camponês. Campesinato europeu – que foi o terceiro estado nas sociedades europeias. Ele não foi representado por comerciantes.
Os comerciantes foram os parasitas, intermediários entre as altas classes da sociedade e o enorme oceano de camponeses.

* Precisamos restaurar o sistema de sociedades agrícolas auto suficientes baseadas em pequenos vilarejos. O lockdown do coronavírus nos mostrou o quão importante é ter acesso a nutrição para satisfazer as necessidades mais simples do povo. Isso será cada vez mais importante no futuro.

19. Sair das cidades: o grande retorno para o campo

* Precisamos nos focar nessa nova tendência de retorno o campo, na qual a maioria da população retorna a prática agrícola. Nós precisamos promover, ajudar e apoiar o êxodo das grandes cidades – isso é muito importante.

* Grandes cidades são construções artificiais do Ocidente moderno. Grandes cidades industriais devem ser extintas – a população devem abandona-las e viver uma vida real no campo, porque somente o campo nos dá uma vida real e um verdadeiro acesso ao ser.

* Precisamos criar um terceiro nível educacional focado no novo campesinato. Ele pode ser online para as pessoas entrarem em nossa rede Quarto Teórica, mas isso deve ser organizado fora das grandes cidades, na base das famílias tradicionais – sem as perversões das grandes cidades.

* Nós precisamos ir ao campo. E isso não significa retornar ao passado: é a única forma de salvar a humanidade dessa verdadeira doença representada pelo pós humanismo e novas tecnologias que tentam intervir nos genes humanos, nos transformar, nos marcar com substâncias artificiais de maneira a nos controlar e cancelar nossa cultura de nossas veias e almas. Precisamos lutar contra essa globalização.

* Para a grande maioria da população, a Quarta Teoria Política propõe um retorno ao campo – que é um retorno ao povo, às origens e fontes. Isso pode ser um movimento massivo de criação de cooperação agrícola: comunidades agrícolas ligadas mundo afora pelo sistema e estrutura fornecida pela rede Quarto Teórica.

* Precisamos educar o novo campesinato. Precisamos ajuda-los a restaurar suas tradições nativas, suas raízes, seus ancestrais e suas culturas. Porque a vida agrícola foi repleta do sagrado e simbolismos. O tradicionalista romeno Mircea Eliade foi um representante dessa sacralidade bastante rica do camponês.
Ele pode ser um representante do terceiro estado tradicionalista para o novo campesinato. Nós podemos desenvolver essa ideia em nosso debate.

20. O Povo: o sujeito principal da Quarta Teoria Política

* Nós podemos promover o povo como o sujeito principal da Quarta Teoria Política, para o povo que sempre pressupôs as relações com a terra – no sentido concreto, simbólico e sagrado. Então, as palavras de Nietzsche ” Meus irmãos, sempre se mantenham leais a terra” devem ser levadas em consideração. Porque a terra para o povo é o ser – não é
uma substância alienada a ser usada para as necessidades materiais. A terra é sagrada.

* Este retorno ao campo das cidades, esse abandono das grandes cidades deve ser um movimento existencial e metafísico para o ser. A missão da Quarta Teoria é promover esse processo.

21. A Quarta Teoria como um projeto aberto e convidativo a sugestões

Gostaríamos de ouvir suas opiniões, pontos de vista, sugestões, críticas… A Quarta Teoria Política não é dogmática – é totalmente aberta. É apenas uma teorização. É um processo aberto a todos para formar uma teoria fora do liberalismo e a modernidade política ocidental, com fins abertos. Cada tipo de civilização, sociedade e cultura buscam algo bastante especial que faz todo sentido dentro delas, e não fora.