Introdução à Noomaquia (Lição II) - Geosofia

Esta segunda lição é dedicada à geosofia, um termo derivado de duas palavras gregas: γεω (“geo”, a terra) e σοφία (“sophia”, sabedoria ou conhecimento). A geosofia consiste na aplicação dos princípios da Noologia ao estudo de culturas e sociedades específicas. Esta é uma análise civilizacional conduzida com a ajuda dos conceitos dos três Logoi. Na primeira lição [1] dedicada à Noologia, discutimos os três mundos ou universos conectados aos três Logoi. Podemos posicionar os três Logoi em um eixo vertical, sendo capazes de rastreá-los em todas as culturas e, assim, explicar cada cultura através deles. Bem, a geosofia consiste na interrelação desse eixo vertical com os aspectos do eixo horizontal correspondente às diferentes culturas.

Geosofia como Multinaturalismo

A idéia da geosofia está ligada ao que na filosofia e antropologia é chamado perspectivismo, uma abordagem desenvolvida pelo antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro.

O homem moderno ocidental acredita que existe apenas um mundo, o mundo físico e uma única cultura que pode entendê-lo corretamente, a cultura europeia ocidental moderna. Este é um tipo de “verdade” que implica genocídio, para todos os efeitos, de outras culturas, uma vez que aqueles que não reconhecem essa verdade e não seguem essa cultura específica são considerados subdesenvolvidos e, portanto, sujeitos à colonização e obrigados a obedecer ao modelo de homem branco. Uma visão puramente colonial, oposta por multiculturalistas ou pós-modernistas, que afirmam que existe apenas um mundo, mas várias maneiras de interpretá-lo. Comparada à visão puramente colonial, essa abordagem permite que outros pensem de maneira diferente, mas alguns antropólogos descobriram que a base ontológica desse mundo único, que para os multiculturalistas admite diferentes interpretações, ainda é a projeção do pensamento ocidental moderno sobre a natureza, isto é, a concepção científica da natureza européia que se supõe ser a realidade objetiva, então interpretada de forma subjetiva e diferente. É nisso que consiste o multiculturalismo.

Com base nessa observação, novos antropólogos começaram a criar um tipo de metafísica chamada “metafísica canibal”, através da qual esse conceito do mundo único diversamente interpretado é destruído e substituído por mundos diferentes: nesse caso, o que os povos pertencentes a culturas diferentes afirmam sobre o mundo não representa mais sua interpretação subjetiva do único mundo objetivo, como para os multiculturalistas, mas constitui a descrição correta do que eles vêem e percebem de seu mundo específico em que vivem. É uma abordagem completamente nova e a Noologia e a geosofia representam os exemplos mais radicais desse reconhecimento da multiplicidade dos mundos.

A geosofia se baseia no princípio de que toda cultura cria seu próprio mundo. Assim, não se pode dar como certo que o mundo seja fisicamente constituído por um geóide em rotação em torno de seu próprio eixo, pois pode haver outras idéias do mundo – para algumas culturas a Terra pode ser plana, para outras talvez côncava – e se aqueles que pertencem a uma cultura em particular realmente pensam que vivem em um mundo assim, devemos aceitar isso e não julgá-lo desde o início como uma interpretação incorreta da realidade que supomos conhecer melhor que eles.

Este princípio geosófico pode ser chamado de “multinaturalismo”. Enquanto a antiga abordagem racista e colonialista sempre esteve presente no multiculturalismo, apenas um pouco mais adocicada – “nosso conhecimento é superior ao seu, mas permitimos que você viva com suas ilusões” -, o multinaturalismo representa uma abordagem antropológica completamente nova com base na dignidade de todas as culturas – “você está vivendo em um mundo que para você é absolutamente real e correto; portanto, não podemos de forma alguma projetar nossa visão diferente sobre você; em outras palavras, aquele em que você vive é seu mundo específico, não sua interpretação do mundo que conhecemos melhor que você e, para entender sua cultura, é necessário aceitar sua verdade sem reduzi-la ao grau de 'ilusão' , colocando-nos em seu lugar e assumindo totalmente sua perspectiva".

A geosofia se baseia nessa ideia de que não há um único espaço e uma única linha do tempo; ela rejeita a abordagem multicultural pela qual pessoas de diferentes culturas podem interpretar seu território e sua história de maneiras diferentes, assumindo, porém, que nós temos uma melhor compreensão delas. Segundo a geosofia, na passagem de nossa civilização, de nosso povo, de nossa cultura para outros povos, é necessário, antes de tudo, investigar como estes concebem o mundo, tomando o cuidado de não pretender explicar a eles como o mundo “na realidade” seria constituído.

A geosofia não coincide com a nossa concepção da terra – “geo” -, mas é a ideia de que em todo ponto do espaço existem mundos diferentes coexistindo no mesmo contexto. Deleuze e Guattari tentaram aplicar essa idéia falando sobre “geofilosofia”, mas o fizeram do ponto de vista liberal pós-modernista, centrado no Ocidente. Para apontar a diferença entre a sua abordagem excessivamente dogmática e a abordagem aberta da Noologia, introduzi, portanto, o termo geosofia.

A idéia da geosofia é que, para estudar outras culturas, é necessário assumir plenamente sua concepção de mundo. Em outras palavras, não se deve de forma alguma projetar a sua própria visão dos aspectos subjetivos e objetivos da realidade sobre eles, mas tentar entender o que para essas culturas (sejam arcaicas ou modernas, norte-americanas ou australianas e assim por diante) é o mundo objetivamente e subjetivamente – admitindo que possuem essa distinção, que não pode ser tomada como certa, pois pode haver culturas sem os conceitos de sujeito ou objeto. Por exemplo, em meu trabalho de pesquisa, descobri algumas culturas muito particulares caracterizadas pela ausência do conceito de sujeito, como as pessoas arcaicas que vivem no extremo norte de Chukotka e Kamchatka ou algumas tribos norte-americanas. Isso é algo incrível para nós, assim como para os africanos, já que a maioria das culturas africanas é fundada no sujeito, embora de um tipo totalmente diferente do nosso. Por fim, há uma grande variedade de culturas, muitas das quais muito além de nossa capacidade de imaginação; no entanto, é necessário aceitá-las enquanto tais, da maneira como eles se concebem, sem julgá-los ou hierarquizá-los como faz a antropologia evolucionista.

Essa abordagem nos leva a uma nova visão da Terra e da humanidade, não mais constituída por civilizações que estão tentando obter poder e recursos da mesma maneira, e de povos que lutam entre si de maneira compatível com nossos modelos, mas de povos totalmente diferentes, alguns dos quais propensos à guerra, ao contrário de outros que serão pacíficos, onde, por exemplo, alguns usam dardos e seus derivados em combate, enquanto outros se recusam a usá-los por considerações morais ditadas por sua cultura específica – pense nos aborígines australianos, para os quais é imoral tudo o que viola a reciprocidade de matar/ser morto, simbolizado pelo bumerangue; pensar que um objeto tão banal quanto um dardo pode ser banido com base em considerações morais é indicativo do fato de que somos confrontados com Logoi completamente diferentes e, portanto, com pessoas que vivem em mundos diferentes. Portanto, existem muitos povos que pensam de maneiras completamente diferentes e vivem em mundos tão diferentes que seu estudo – um estudo cujo objetivo não é julgá-los, diferenciando-os de um modo mais ou menos desenvolvido, mas entender sua maneira de conceber o mundo – nos deixa espantados.

O objetivo da geosofia é apreender as diferentes formas de pensamento que constituem a humanidade, que não representam apenas interpretações diferentes da mesma realidade – como os multiculturalistas gostariam – mas constituem realidades diferentes, mundos diferentes que coexistem de maneiras diferentes, estabelecendo às vezes relacionamentos dramaticamente conflituosos, às vezes pacificamente.

Momento da Noomaquia como Identidade Cultural Dinâmica

A geosofia representa uma metodologia para descrever as civilizações. A idéia central é que é necessário reconhecer as civilizações como culturas e como mundos definidos pelos respectivos povos que as habitam. No segundo volume do projeto Noomaquia dedicado à geosofia [2], compilei uma revisão das principais escolas de estudo das civilizações, de Danilevsky a Spengler, de Toynbee a Huntington e muitas outras. O volume da geosofia constitui uma espécie de introdução aos outros volumes do projeto Noomaquia, em que mundos e civilizações específicos são estudados.

O que é uma civilização? Por civilização, entendemos uma comunidade coletiva que compartilha a mesma visão do mundo e vive no mesmo mundo: um povo, uma entidade geosófica ou uma comunidade orgânica que compartilha os principais aspectos de uma cultura e vive aproximadamente no mesmo mundo e cujas fronteiras estão ligadas à linguagem, religião, valores, uma visão comum do mundo e assim por diante. Às vezes é um mundo realmente pequeno, como uma tribo, outras é um mundo composto por milhões de homens.

No estudo de cada uma dessas entidades geosóficas, para elaborar uma espécie de resenha, vemos em toda parte o “momento da Noomaquia”. O que é o momento da Noomaquia? Este é o ponto de equilíbrio no conflito entre os três Logoi. Eles estão em luta, e o momento tangível dessa luta corresponde precisamente à identidade real da cultura ou civilização específica. Por exemplo, a cultura grega se baseia na dominação e vitória do Logos apolíneo sobre o Logos de Cibele. À tradição pré-helênica pelásgica da Mãe de Todos os Deuses – a Mãe grega representada na cultura micênica e minóica – se segue a invasão helênica com valores apolíneos completamente diferentes. A identidade da cultura grega, o momento da Noomaquia, é precisamente o Logos de Apolo na semelhança de Zeus que derrota Crono, o oráculo da Grande Mãe. O momento em que o Logos apolíneo prevalece sobre o Logos da Grande Mãe representa uma vitória na Titanomaquia e a civilização grega se baseia precisamente nesse momento vitorioso. Os titãs, filhos da Grande Mãe, atacam os deuses; estes reagem e prevalecem, mas nem sempre é esse o caso. No caso da civilização grega, os deuses olímpicos vencem, Apolo vence Cibele. Esta é também uma guerra do pensamento – Noomaquìa -, um conflito no qual, neste caso, o patriarcado vence o matriarcado. A civilização grega não é a única baseada neste momento da Noomaquìa. Também a civilização iraniana, por exemplo, é baseada em uma idéia muito semelhante à grega, porque há a vitória de Ohrmazd, o deus da luz, sobre Ahriman, o deus das trevas. Dois nomes diferentes, mas a mesma simetria, a mesma Titanomaquia e a mesma vitória. Dois tipos de civilizações diferentes baseadas em momentos semelhantes da Noomaquìa. O mesmo pode ser dito sobre outras culturas.

Para definir o Logos no eixo horizontal das civilizações concretas, devemos definir o momento da Noomaquìa em que nos encontramos. Por exemplo, a maioria das sociedades indo-européias – germânicas, celtas, romanas, gregas, iranianas e indianas – baseiam-se no mesmo momento da Noomaquìa: a vitória do Logos de Apolo sobre Logos de Cibele. Temos a ideia de que toda civilização se baseia no mesmo momento, mas não é assim. Um exemplo muito significativo é representado pela civilização chinesa, que é muito diferente dos casos mencionados até agora, porque representa uma civilização puramente dionisíaca, na qual existe um equilíbrio entre Yin e Yang, entre masculino e feminino, entre céu e terra, e não dominação do céu sobre a terra; em outras palavras, a norma é o equilíbrio, não a vitória dos deuses sobre os titãs. Essa é uma lógica completamente diferente. Não há logos apolíneo, mas dionisíaco. Tudo o que sabemos sobre a civilização chinesa, desde o primeiro imperador até a era contemporânea, de Qin Shi Huang a Hu Jintao, representa um momento dionisíaco da Noomaquia, e toda mudança de equilíbrio ocorre nesse momento dionisíaco. Assim, os chineses vivem em um mundo dionisíaco. Mas este não é o “destino” dos chineses; em outras palavras, é errado dizer que esse momento durará para sempre. Esta não é uma receita ou a “verdade final”, a nossa é uma pesquisa do momento da Noomaquia.

Para estudar as diferentes civilizações, o primeiro passo é, portanto, definir o momento atual da Noomaquia. Na próxima fase, devemos assumir que a Noomaquia pode mudar, pois o momento da Noomaquìa não é estático, mas dinâmico. Por exemplo, para garantir o equilíbrio dionisíaco, a cultura chinesa envidou todos os esforços possíveis por milhares de anos. Deixar as coisas seguirem o seu caminho, sem intervir ativamente, teria derrubado esse equilíbrio. Portanto, não se pode dar como certo que os chineses sempre se encontrarão em um momento dionisíaco na Noomaquia; se por hipótese eles fossem colonizados, ou se sua sociedade fosse destruída por dentro, faltariam os esforços existenciais de milhões de pessoas para manter o equilíbrio dionisíaco entre Yin e Yang, que entraria em colapso. O mesmo é verdade na Europa. Se os europeus parassem de lutar por Apolo, Cibele apareceria imediatamente porque ela está sempre à espreita e atacaria imediatamente quando parássemos de impor a vontade apolínea.

Este é um ponto muito importante. O momento da Noomaquia não deve ser entendido como a identidade eterna – dada como certa de uma vez por todas – de uma cultura ou civilização. Nisto, o significado da história se manifesta como a luta dos Logoi. Todo povo tem sua própria versão dessa luta, e cada cultura se encontra em diferentes momentos desta Noomaquia, momentos definidos pela proporção em que um Logos domina sobre os outros: existem povos em que Cibele domina, como os afro-asiáticos, os semitas, os egípcios, os berberes, povos naturalmente inclinados à prevalência do Logos cibelino, mas esse não é um destino já escrito, já que esse equilíbrio pode ser revertido e, de tempos em tempos, isso acontece. A identidade dos povos é um processo, é algo que muda, é dinâmica. O momento da Noomaquia pode permanecer idêntico a si mesmo ou pode mudar. As proporções em que os três Logoi aparecem podem variar de povo para povo, de sociedade para sociedade, e até de uma época para outra na história dos mesmos povos, sem que haja mudanças étnicas ou sociais.

Obtemos, assim, uma estrutura da geosofia verdadeiramente dinâmica e multinível. Podemos detectar “diferenças horizontais” entre sociedades que vivem em diferentes espaços geográficos, que podem ter momentos semelhantes ou diferentes da Noomaquia, e mesmo que existam sociedades que compartilhem o mesmo momento da Noomaquia, elas podem se expressar de formas e, portanto, identidades, diferentes. Além disso, o fato de compartilharmos o mesmo momento da Noomaquia não significa que haverá automaticamente um acordo perfeito e uma combinação perfeita; por exemplo, as relações dos gregos, cujo momento de Noomaquia é apolíneo, com os iranianos, que compartilham o mesmo momento de Noomaquia, foram conflitantes, embora fossem duas expressões do Logos apolíneo. Ao mesmo tempo, em todas as culturas, em todas as entidades geosóficas que consideramos, pode haver mudanças históricas na prevalência dos elementos da Noomaquia – passando da dominação do Logos de Apolo para o Logos de Cibele até a predominância do Logos de Cibele sobre o Logos de Dionisio ou mesmo do Logos de Dioniso sobre os outros e assim por diante – e a história, a direção dessas mudanças não é universal, pois é o produto de um processo dinâmico interno ao povo. Portanto, temos muitas civilizações que vivem em seus respectivos mundos, com muitos momentos diferentes da Noomaquia que tomam direções diferentes: portanto, não avançamos todos em direção a Cibele ou Apolo, mas todos seguem seu próprio caminho.

A geosofia implica o reconhecimento da multiplicidade de culturas em todos os sentidos, no espaço e no tempo: todas são diferentes e procedem em direções diferentes, em espaços diferentes e com um final aberto. Agora compare essa abordagem com a concepção predominante da história, na qual existe apenas um espaço, um só tempo, um só objetivo, apenas uma verdade e uma maneira de alcançá-la, constituindo a norma universal. Em contraste com essa concepção da história humana puramente racista e etnocêntrica, a geosofia propõe descobrir os muitos mundos que vivem aqui mesmo na Terra: novos mundos, outros mundos vivem próximos a nós, mundos que, no entanto, não iremos perceber enquanto persistirmos em projetar nossa restrita e específica visão sobre eles. A esse respeito, o autor eurasianista Trubetskoy observou certa vez, considerando a estrutura de um livro jurídico escrito no Ocidente, que mil páginas são dedicadas ao direito romano e seu desenvolvimento, enquanto apenas duas páginas são reservadas ao direito chinês; assim, o direito romano é considerado universal, enquanto outros sistemas jurídicos nem sequer são mencionados, ou se isso for feito, é uma referência superficial, além disso caracterizada por uma interpretação realizada do ponto de vista do direito romano. Uma situação análoga ocorre no contexto da globalização liberal moderna, que envolve a afirmação de uma única civilização – a civilização ocidental, que afirma ser universal porque se baseia na mistura – em detrimento de todas as outras, estendendo-se sobre toda a humanidade a mesma cultura ocidental moderna e pós-moderna (o conceito totalitário de direitos humanos, puramente racista, pois se baseia na concepção ocidental do que é humano, que subiu ao nível da norma universal, do sistema liberal-democrático etc.). Isso é tudo menos uma visão baseada no pluralismo e na tolerância. É um verdadeiro racismo colonial fundado nos preconceitos mais brutais, ao qual a geosofia, por outro lado, opõe um convite à rigorosa aceitação da riqueza inerente à multiplicidade dos povos, das sociedades e das civilizações.

A geosofia assume, assim, a tarefa revolucionária de destruir a abordagem predominante até então, a fim de redescobrir o mundo, descolonizar toda civilização e conferir ao outro o direito de ser outro sem a necessidade de pedir permissão aos globalistas, a Soros, aos americanos etc., e afirmar a própria identidade autêntica independentemente do que a caracterize – seja ela radical, extremista, arcaica, etc.

O Horizonte Existencial

A geosofia se opõe à abordagem etnocêntrica e colonialista dominante, não do ponto de vista ético, mas metodológico, uma vez que o perspectivismo se baseia no estudo cuidadoso das civilizações sem qualquer preconceito. Por exemplo, nós, que somos russos e ortodoxos, descrevemos as sociedades canibais negativamente, pois a prática do canibalismo para nós é satânica, demoníaca e um indício de subdesenvolvimento; no entanto, ao fazer isso, não os estamos examinando em primeira pessoa, interpelando seus membros, mas os estamos modificando através de nossa concepção particular. Essa é a mesma prática que usamos com as pessoas ao nosso redor. E esta é uma fonte de desentendimentos, de equívocos. Essa abordagem deve, portanto, ser alterada. A idéia da geosofia é estudar as sociedades, aceitando o que seus membros pensam ser a realidade, os valores, a natureza, o sujeito e o objeto da história.

Aqui, no entanto, encontramos um grande problema metodológico: como podemos estudar diferentes sociedades usando os mesmos critérios, uma vez que existe um número muito limitado de critérios comuns que podemos aplicar às diferentes sociedades para observar se existe alguma correspondência aberta? Para fornecer uma solução para esse problema, tentei aplicar a tricotomia dos Logoi explicada na primeira lição a todas as civilizações e, em todos os lugares, em todas as culturas que analisei, encontrei traços claros de todos eles. Existe aí, portanto, algo verdadeiramente universal, mas ao mesmo tempo presente em várias combinações e em um conflito perene com um final aberto. Os três Logoi estão presentes em todos os lugares e em todos os lugares, dando lugar à Noomaquìa: se há algo universal são precisamente os três Logos.

Tentei traçar outros critérios úteis no estudo das civilizações e, seguindo Heidegger e a fenomenologia, introduzi o conceito de horizonte existencial ou espaço existencial.

O espaço existencial é o Da do Da-sein. Não é um espaço entendido em termos científicos, mas o espaço em que reside o Ser; é o espaço em que o ser humano vivo e pensante é encontrado e que não existe sem ele. Portanto, não é um espaço geográfico que podemos traçar no mapa. Onde existe um homem que pensa e vive em comunidade, com uma língua, uma cultura, raízes, um certo sistema simbólico, há um espaço existencial, um horizonte existencial e onde temos a mesma estrutura do horizonte existencial, temos o mesmo Dasein e, portanto, o mesmo povo ou cultura. O limite deste espaço indica o começo do outro por si mesmo. Isso é muito importante para identificar, separar e criar uma nomenclatura dos povos, das culturas e das civilizações. Se aplicarmos outros critérios, mais sofisticados e mais elaborados, teremos que lidar com resultados secundários relacionados a construções acima desse espaço existencial.

O conceito de espaço existencial é muito importante e está ligado ao conceito de multiplicidade dos Dasein. Eu discuti esse conceito com um aluno de Heidegger, o professor Von Herrmann, em Freiburg, Alemanha. Ele me disse que Heidegger considerava o Dasein universal, que havia apenas um Dasein, porque na verdade ele era racista e achava que o Dasein alemão, europeu, greco-romano era o único e o sozinho, portanto ele colocava de lado os outros Dasein reduzindo-os a outra coisa; para ele o Dasein era apenas um, como a filosofia era apenas uma, o Logos era apenas um, e era precisamente o Logos da Europa Ocidental. Um etnocentrismo absolutamente legítimo, nós o reconhecemos. Mas para Von Herrmann, a singularidade do Dasein decorreria do fato de que o Dasein é caracterizado por ser-para-a-morte e, portanto, é definido por Heidegger em relação à morte, que é a mesma para todo ser humano. A esse argumento, que não compartilho, respondi que toda cultura, todo Dasein tem sua relação específica com a morte, e é precisamente nas diferenças existentes nessa relação com a morte – que eu concordo em considerar a característica mais importante do Dasein – que a particularidade e originalidade do Dasein e, finalmente, sua multiplicidade são manifestadas. Isso fica evidente no meu segundo livro sobre Heidegger (escrevi quatro) intitulado “Martin Heidegger: A Possibilidade de uma Filosofia Russa” [3], onde apliquei os critérios existenciais de Heidegger ao Dasein russo, descobrindo que a maioria deles não funciona no contexto russo. Temos relações diferentes com o núcleo das realidades existenciais, com a morte, com Deus e assim por diante.

O Dasein é, portanto, “multipolar” e o horizonte existencial define seus limites naturais. Estes últimos correspondem em parte a limites geográficos, o que é óbvio porque as pessoas vivem em um espaço físico específico. Nesse sentido, podemos considerar o espaço existencial como uma espécie de espaço vital, o conceito geopolítico de lebensraum. Mas, ao mesmo tempo, o espaço existencial não pode existir sem um povo, uma língua, tradições; em outras palavras, se colocarmos uma população mista em algum espaço, isso não representará um espaço existencial.

O Dasein não corresponde apenas ao espaço ou apenas ao povo, é a relação existencial do Sein, o Ser, com o espaço, que atravessa o povo, a cultura, o pensamento humano. É um conceito muito especial, muito importante para a geosofia, pois esta disciplina trata de estudar exatamente os horizontes existenciais e, portanto, a relação do Ser com o espaço que passa pela cultura, linguagem, tradições, identidade.

No campo da geosofia, o estudo de um povo não se traduz em um estudo etnológico baseado em alguns aspectos estatísticos ou formais, mas no estudo do Dasein. Como exemplo, se estudarmos o povo sérvio em termos geosóficos, devemos primeiro fazer a seguinte pergunta: o que significa ser sérvio? Não é fácil dar uma resposta. Qualquer resposta formal se revela insuficiente. Poesia, filosofia, imaginação, aspirações políticas: nesta questão tudo está incluído. Não podemos fornecer uma resposta limitando-nos a aspectos abstratos. Para responder a essa pergunta, é necessário compreender a história, as vitórias, as sucessivas formas de Estado, as derrotas e os erros históricos, uma vez que o horizonte existencial está ligado ao espaço e ao povo não de maneira imaterial. Para obter resultados válidos da pesquisa geosófica, devemos começar a estudar o que é o Dasein, colocando a questão nesses termos. Heidegger considerava o Dasein único; no sentido contrário, nós concordamos que existe uma multiplicidade de Dasein e é precisamente a partir desse conceito de multiplicidade que podemos nos perguntar o que significa ser sérvio em termos geosóficos, uma questão que tem a ver com algo pelo qual as pessoas pagaram com sangue ao longo da história de toda a sua existência e da qual a identidade futura também depende. De fato, a resposta a essa pergunta não diz apenas respeito a aspectos do passado ou do presente; podemos dizer que é uma questão “eterna”, relativa a uma identidade determinada por ser inscrita em um horizonte existencial por cultura, linguagem, valores, tradições, bem como por estar fisicamente situada, corporal nela.

O Tempo Existencial

Até agora, discutimos o horizonte existencial, uma noção-chave sem a qual não é possível investigar a identidade profunda das entidades geosóficas objeto de nosso estudo. O segundo conceito-chave da geosofia que vamos introduzir agora é o do tempo existencial, também de origem heideggeriana.

Em Ser e Tempo, Heidegger faz uma distinção entre dois termos: Geschichtliche e Historische, que podem ser traduzidos os dois por “histórico”. Às vezes, Heidegger usa o termo Seynsgeschichtliche, a onto-história, para indicar a história do Ser. Geschichtliche ou Seynsgeschichtliche são termos usados para representar o tempo ligado ao Ser. Se Da é o espaço vinculado ao Ser, Geschichtliche indica o tempo vinculado ao Ser, o tempo do Ser ou o tempo existencial.

Henry Corbin, grande filósofo francês e um dos principais especialistas na tradição esotérica islâmica, ao traduzir Geschichtliche e Historische para o francês, a fim de explicar a diferença entre os dois conceitos, usou os termos “historique” (histórico) para Historische e “historial” (historial) para Geschichtliche. Por historial, entendemos o gênero da história do Ser, a história não como uma sucessão de fatos, mas como uma sucessão de significados, de sentidos. O historial (Geschichtliche) representa uma forma de leitura existencial do histórico (Historische). O histórico é o fato que está documentado, o historial é a explicação do fato, seu aspecto ontológico. Na história, realizamos ações, obras que podem ser históricas ou historiais. Para que elas se tornem historiais, eles devem se relacionar com o Dasein, com nossa identidade e com nossas raízes profundas.

Assim, o tempo existencial é adicionado ao espaço existencial. O tempo existencial representa nossa interpretação de nossa história; enfatizo: nossa. Os fatos contidos nessa interpretação da história nos dizem tudo sobre nossa alma, nosso sangue, nosso espírito, enquanto para outros poderiam representar eventos sem qualquer significado. Por exemplo, a guerra no Kosovo para os sérvios não pertence simplesmente à esfera do histórico, mas é um evento que constitui uma parte crucial da história sérvia, um momento chave para entender o que significa ser sérvio antes e depois dos eventos do Kosovo; a guerra no Kosovo representa o fim de algo, o começo de algo mais e ao mesmo tempo um conflito eterno, e a eternidade desse evento tem a ver precisamente com o aspecto existencial do Dasein sérvio. Para nós, russos, é o mesmo com a Segunda Guerra Mundial, que para nós é a Grande Guerra Patriótica, demonstrando o fato de que um evento pode ter múltiplos significados. O significado de um determinado evento pertence ao povo, ao Dasein, e a realidade do que era, do que é e do que será depende diretamente dessa relação existencial com o tempo.

Husserl identificava o tempo com uma melodia, que é uma sequência de notas musicais que subtende uma lógica, uma tonalidade para a qual uma nota é de alguma forma predefinida pelas notas anteriores e a presença de uma nota desafinada perturba o ouvinte; do mesmo modo, a história, ou melhor, a esfera do historial, não representa uma mera sequência temporal de fatos desconectados, mas uma sucessão de eventos que tem sua própria lógica. A história é música, mas apenas o povo ou Dasein relativo podem entender completamente essa música historial. Em outras palavras, ela não é universal; o historial de cada pessoa opera com uma frequência sonora específica, de modo que ninguém mais é capaz de ouvir e entender perfeitamente sua melodia. Não sendo capaz de ouvir perfeitamente uma melodia de fora, é particularmente difícil expressar avaliações sobre a condição de um povo específico, se ele está passando por uma fase positiva ou negativa, se está em desenvolvimento ou está em declínio, etc. Não há critérios universais no campo da história, porque a relação com o tempo é uma propriedade existencial do Dasein.

O horizonte existencial (espaço existencial) e o tempo existencial (historial) são definidos pela Noomaquia, pois a qualquer momento não se pode expressar sua própria melodia na história ou sua identidade enquanto povo situado no espaço existencial sem apelar aos três Logoi e ao conflito do qual são partícipes. Existe um tipo de equilíbrio dinâmico dos Logoi de cada povo, de modo que somente através deles é possível explicar o historial e o horizonte existencial de um povo. Podemos imaginar os três Logoi como três tipos de grãos de trigo semeados no campo existencial; brotarão e crescerão, alguns provavelmente prevalecerão enquanto outros permanecerão na sombra; todo terreno existencial fará com que as diferentes sementes cresçam de maneira diferente, mas os três tipos de sementes estarão todos presentes no horizonte existencial. O modo como crescem, se combinam e conflitam entre si, varia de povo para povo; cada povo com seu historial relativo apresenta uma modalidade específica de crescimento dinâmico dos três tipos de sementes.

Pelo que foi dito até agora, segue-se que a história de um povo é algo especial que não pode ser explicado ou entendido de fora.

A Medida

Aqui nos encontramos diante de uma contradição muito interessante. Estamos lidando com muitos mundos, culturas, identidades, que se desenvolvem em várias direções, de maneiras diferentes e com resultados diferentes. Mas como podemos realmente entender todas essas realidades, se somos totalmente definidos por nosso Dasein específico, se pertencemos ao nosso horizonte existencial, se vivemos em um momento de nossa melodia, do nosso historial? Em outras palavras, como posso avaliar o que está acontecendo fora da Rússia, possuindo apenas uma visão russa das coisas, sendo eu definido pelo Dasein russo? Trata-se de um aspecto etnocêntrico inevitavelmente incorporado na mente humana. Como podemos, nesse contexto, resolver o problema de ser definido pelo nosso Dasein ao mesmo tempo e lidar com o Dasein de outros? Essa é uma questão metodológica muito interessante e ao mesmo tempo muito complexa, sem a qual toda a arquitetura da geosofia perderia seu significado.

Aqui a idéia de medida é crucial. Se insistimos na pura universalidade e tentamos superar todo etnocentrismo, não chegamos a lugar algum, nossa posição se torna inconsistente, pois não há espaço existencial e melodia que possam abraçar a terra, toda a humanidade e a história universal. Se pretendermos criar um sistema universal, desprovido de qualquer forma de etnocentrismo, o único resultado será que ele manifestará uma versão perversa e titânica de nosso próprio etnocentrismo. Em outras palavras, não podemos existir sem etnocentrismo, e se tentarmos negá-lo totalmente, obteremos apenas um etnocentrismo titânico ainda mais pronunciado – não é por acaso que o globalismo e o liberalismo, em seu universalismo e anti-racismo, se revelam muito mais etnocêntricos e racistas do que era o nacional-socialismo, porque eles concebem apenas um fado, um destino para o mundo inteiro, algo que nem os alemães fizeram, tendo tentado impor sua visão germânica, certamente racista e execrável, em uma escala muito mais limitada; em última análise, os globalistas, sob o pretexto de serem antifascistas, tornam-se hiper-fascistas.

Portanto, não podemos nos chamar universalistas, mas, por outro lado, não podemos sequer assumir uma perspectiva totalmente etnocêntrica; caso contrário, a investigação da Noomaquìa seria reduzida à história de nosso Dasein específico. Como resolver esse dilema? A solução passa pelo reconhecimento dos limites naturais do espaço existencial e pela aprovação do Dasein dos outros, o que não significa estar disposto a trocar o próprio Dasein pelo de outros, mas reconhecer aos outros o direito de serem completamente diferentes sem estabelecer nenhuma hierarquia. Não devemos eliminar a diversidade movendo-nos na direção universalista, mas também não devemos impor nossa identidade aos outros em uma perspectiva totalmente etnocêntrica. O conceito de fronteira aqui é de importância crucial. Aliás, o que estou falando não é de uma fronteira estabelecido uma vez para sempre; nesse contexto, as fronteiras podem mudar na medida em que os povos podem se desenvolver, sua identidade pode mudar e o momento da Noomaquia em que eles se encontram pode mudar, sendo entidades dinâmicas no processo historial. Trata-se, portanto, de rejeitar posições universalistas e chauvinistas, reconhecendo o direito de ser etnocêntrico, um direito que, no entanto, não pode ir além das fronteiras do espaço existencial. Isso significa estar vinculado à própria identidade, defendê-la quando as possibilidades o permitirem e as circunstâncias o exigirem, mas ao mesmo tempo reconhecer o direito inato à diversidade. Dessa maneira, não superamos o etnocentrismo, nem o glorificamos excessivamente.

Falo aqui de uma metodologia estritamente apolínea. A essência do titanismo ou do Logos cibelino, como descrito por Friedrich Georg Jünger em seu famoso livro sobre os deuses e os titãs, é que ele não conhece a medida. Tanto o etnocentrismo puro quanto o universalismo fluem para o imperialismo e o colonialismo, isto é, para uma abordagem desmesurada na qual a essência do titanismo se manifesta. Ao contrário, a metodologia apolínea prevê que ela permaneça dentro de seus próprios limites, não exercendo nenhuma supremacia fora deles, sem cair no etnocentrismo desmedido, por um lado, ou no universalismo, por outro, sem pretender ser o centro do mundo, ou melhor, o único centro do mundo: nós somos o centro do nosso mundo – se não fossemos, não estaríamos centrados no Dasein, em nossa identidade, em nosso território sagrado, em nossas tradições, em nossos símbolos e assim por diante, em última análise, não seríamos um povo – mas, ao mesmo tempo, devemos reconhecer a outros, o direito de ser igualmente o centro do mundo, aos seus olhos, de seus mundos, em suas fronteiras existenciais. Podemos chamar isso de etnocentrismo auto-reflexivo ou comedido: somos o centro do mundo, mas reconhecemos o direito dos outros de pensar ser a mesma coisa dentro de seus limites existenciais. Fronteiras que não devem ser entendidas em um sentido titânico, ou seja, como barreiras absolutamente fechadas e intransponíveis, uma vez que são fronteiras entre espaços existenciais vivos: como a pele de um ser humano não é impermeável, mas transpirante, da mesma maneira a fronteira existencial é aberta. Devemos lutar por nossas fronteiras, mas ao mesmo tempo devemos permitir que algo entre e saia delas. No entanto, elas devem existir e devem ser explicitamente reconhecidas em um sentido não apenas físico, mas também e, acima de tudo, metafísico, como fronteiras entre horizontes existenciais.

Esta é a única maneira de construir uma geosofia equilibrada e um mundo baseado na multipolaridade. Caso contrário, chegamos a uma espécie de humanismo desprovido de essência, de conteúdo puramente formal, que constitui a outra face do puro racismo, dado que, para o humanismo liberal, aqueles que não compartilham seus valores não são considerados humanos e merecem ser destruídos.

O que estamos discutindo agora não é algo abstrato. Por exemplo, ao escrever e publicar o volume da Noomaquia dedicado ao Logos norte-americano, segui precisamente o caminho do etnocentrismo comedido. Você pode imaginar qual é o meu relacionamento com a cultura norte-americana: eu simplesmente a odeio. Lidar com isso foi um verdadeiro desafio para mim. Se eu tivesse escrito uma crítica ao imperialismo americano do ponto de vista russo, o resultado teria sido caricatural, teria escapado da esfera da Noomaquia e não teria alcançado uma descrição do Logos norte-americano. Em vez disso, cavando nas profundezas do Logos norte-americano, descobri coisas completamente diferentes, totalmente estranhas para mim, e comecei a entender. Eu não o aprovo, mas agora eu entendo ele, e eu entendo de onde vem a mentalidade e o comportamento daquele povo: em seu titanismo, em sua criação de uma civilização artificial pós-tradicional, na sua tentativa de construir uma espécie de sociedade americana em escala global, essas são consequências do seu Logos, que se baseia no universalismo desde o início. Repito, não aprovo tudo isso, mas isso é perfeitamente lógico. Existe um mundo americano, e há um Logos do mundo americano que identifiquei na filosofia pragmática – uma filosofia muito particular, muito diferente da filosofia européia, baseada na inexistência do objeto e do sujeito, uma filosofia muito interessante – a partir do qual logicamente tudo se segue.

Outro exemplo: após este volume, investiguei os Logoi croata e polonesês e, para minha surpresa, descobri que não foram os russos, mas os croatas que iniciaram as tradicionais tendências eslavófilas. Os croatas foram os primeiros eslavófilos. Muito estranho…

Em resumo, há muitas coisas que podemos descobrir superando nosso etnocentrismo. Ao mesmo tempo, devemos ter o cuidado de rejeitar completamente o universalismo imposto pelos globalistas, o que, no entanto, não implica reabilitar o revanchismo, o nacionalismo, o retorno dos Estados-nação e assim por diante. O que estamos falando é de uma nova corrente, uma nova maneira de pensar. E acredito que, se aprendermos a usá-lo metodologicamente, poderemos resolver muitas questões concretas nas áreas política, cultural, científica e em várias outras áreas.

Nas próximas lições, nos dedicaremos à aplicação dos princípios noológicos e geosóficos discutidos até agora a casos específicos.

_

Notas

[1] Aleksandr Dugin, Introdução a Noomaquia. Lição 1. Noologia: a disciplina filosófica das estruturas intelectuais, Geopolitica.ru, 27 de maio de 2019. https://www.geopolitica.ru/it/article/introduzione-noomachia-lezione-1-n...

[2] Aleksandr Dugin, Noomahija: Geosofija: gorizonty i civilizacii (Noomachìa – Geosofia: orizzonti e civiltà), Academic Project, Mosca 2017.

[3] Aleksandr Dugin, Martin Haidegger: vozmozhnost’ russkoj filosofii, Academic Project, Mosca 2011.