Empire

NEUTRALIZAÇÃO E SEUS LIMITES. SISTEMA POLÍTICO DA RÚSSIA MODERNA

O sistema monárquico também foi uma construção. Ele se desenvolveu historicamente com base no fortalecimento do grão-ducal, então – o poder real. A adoção da Ortodoxia desempenhou um papel importante. Ao mesmo tempo, o próprio Estado foi repetidamente reconstruído pela elite dominante – tanto na antiguidade quanto em períodos mais próximos de nós. Portanto, a Rússia pós-petrina era significativamente diferente da Rússia moscovita e, por sua vez, da era mongol e do período pré-mongol. E a cada vez novas decisões eram tomadas sobre a construção do Estado, sobre a ideia dominante, sobre a ética dominante, sobre o lugar e o papel do povo russo na história.

Entrevista com Aleksandr Dugin: A Inteligência Artificial é a Humanidade sem Dasein

O Estado-nação moderno é um deus político de acordo com Hobbes e dentro da estrutura da ciência política clássica.

Há também deuses globalistas com o rosto de bruxa de Hillary Clinton, ou que participam de desfiles de orgulho gay e eventos feministas, ou Soros. Eles são os verdadeiros deuses da globalização: eles dizem o que é politicamente correto e o que não é, eles tomam suas próprias decisões sobre o que é aceitável e o que não é. Os deuses do liberalismo vivem em uma religião liberal. E este culto tem um grande rebanho, desde um programador até o chefe do Sberbank. O usuário médio também está sob sua hipnose.

Os deuses podem ser diferentes e, de fato, existe um "deus do computador": este é o próximo nível. Um deus com a cara de Zuckerberg ou Macron. Quando olho para Macron, ele me lembra de um cortador de grama de última geração, ele é feito de elétrons, as lâmpadas acendem e apagam. Mesmo se você olhar para seus olhos, parece que na íris você pode ver faíscas que piscam microscopicamente de vez em quando. Portanto, se Macron não é o deus da inteligência artificial, ele poderia ser o profeta de um deus eletrônico: ele ama tanto o futuro, iluminando com sua presença sem sentido um grande número de migrantes que mal entendem a gramática francesa. Curiosamente, na véspera das eleições na França, o jornal "Liberation" saiu com uma grande manchete: "Faites tous ce que vous voulez, votez Macron! Esta é a lei principal da seita "Thelema" de Aleister Crowley: "Faz o que queres, esta é a lei!" Aí está o Macron!

Precisamos de um Grande Estado Continenta

A adesão da Bielorrússia à Rússia (especialmente em seu estado atual) não é uma opção. Nem para os bielorrussos, nem para Lukashenko, nem para Putin. Todos precisam, se não o Ocidente (e este definitivamente não é o Ocidente), de algo novo – com futuro, com esperança, com significado, com horizonte. A melhor coisa é um Estado radicalmente novo – a União Continental. Com uma ideia, com a justiça, com a vida, com o espírito e o triunfo do elemento nacional. E a Ucrânia deveria ser convidada a ele – não para entrar na Rússia com suas monstruosas elites, oligarcas e canalhas, mas para criar um novo Estado – baseado nas três identidades russas: Rus de Kiev, Rus de Polotsk e Rússia Moscovita de Vladimir. A dimensão euro-asiática acrescentará o Cazaquistão e o resto dos países e povos continentais que assim quiserem.

Terceira Guerra Mundial: O Início?

O que aconteceu em 7 de abril de 2017 poderia ser o início de uma Terceira Guerra Mundial. Em regra, ninguém quer guerra, mas eis que guerras ocorrem, e às vezes elas são mundiais. Portanto, eu proponho que em primeiro lugar, como no caso de qualquer desastre, é necessário permanecer calmo e recobrar o juízo.
 
Em 7 de abril de 2017, pela primeira vez desde o início do conflito na Síria, os EUA lançaram um grande ataque com mísseis Tomahwak contra uma base aérea síria, ou seja, contra nós. Por que não usamos um complexo de defesa anti-mísseis? Segundo uma teoria, nós não temos um número suficiente deles para repelir um ataque total de tropas americanas, já que eles estão programados primariamente contra ataques de mísseis de outros inimigos potenciais. A segunda teoria é que Moscou não ousou dar a ordem, já que isso significaria o início irreversível de uma guerra com os EUA. Washington ousou, e sabia bem o que estava fazendo. Nós não ousamos. Antes de seguir com as previsões, vale a pena examinar novamente o contexto, as condições iniciais do que poderia se tornar (ainda possivelmente não) a Terceira Guerra Mundial.