O Quarto Nomos da Terra, a Quarta Teoria Política e a Crítica à Teoria do Progresso

Não há nada mais trágico do que não ser capaz de compreender o momento histórico em que vivemos hoje. Quando alguém não conhece o momento histórico em que vive e observa o presente com ferramentas conceituais obsoletas, perguntando-se sobre o futuro como se ainda fosse passado, então essa pessoa é incapaz de superar o passado ou de conhecer o presente. Mas qual é o momento histórico em que nos encontramos? O momento histórico em que estamos vivendo é conhecido como globalização pós-moderna.

Fenomenologia: A Realidade Não é Real

Afirma Husserl: nossa consciência está sempre voltada para alguma coisa. Essa é a ideia principal da intencionalidade introduzida por Brentano. E aquilo para que ela está direcionada está dentro de nossa consciência. Ela contém os nomes, formas, qualidades e atributos das coisas percebidas, "intencionadas". As coisas são construídas dentro da percepção e só então - depois, a posteriori - as relacionamos (convencionalmente) com o que deveria estar fora da consciência. Mas Husserl mostra que tal teste de dentro comparado com fora está longe de ser necessário para construir uma verdadeira filosofia da consciência. Podemos nos virar muito bem sem ela.

Bem-vindos, todos os recém-chegados!

Podemos observar um certo “rito de passagem”. Como tal, interpreto a situação em que culminou a presidência de Donald Trump, nomeadamente com a sua queda pela mão da elite globalista, representada por Joe Biden. Isso nada mais é do que um “rito de passagem” – personificado por desfiles gays, levantes BLM, ataques imperialistas LGBT +, o levante mundial do feminismo extremo e a chegada espetacular do pós-humanismo e da tecnocracia extrema. Existem profundos processos intelectuais e filosóficos por trás de tudo isso. E esses processos têm impacto na cultura e na política.

Guilherme de Occam e a Maldição do Nominalismo

Muitas pessoas que se consideram intelectuais ocasionalmente repetem a frase “não dupliquemos as essências” e olham em volta triunfantemente, esperando que outros apreciem sua “inteligência”. Parece realmente estúpido, e o próprio conteúdo desta afirmação, que pertence ao fundador do nominalismo, o filósofo medieval Guilherme de Occam, é simplesmente criminoso. É uma blasfêmia grosseira e imunda, uma espécie de profanação metafísica – falsa e insultuosa. E é frequentemente repetida de forma irrefletida. Tal prática deve ser interrompida.

AS SOCIEDADES, A PARTIR DE AGORA, DEVEM SER REORGANIZADAS DE ACORDO COM SUA HISTÓRIA, LONGE DE QUALQUER DOGMATISMO

Dugin levanta a hipótese de que haverá um mundo novo e mais justo. Um mundo em que os povos podem se organizar de acordo com sua própria história, cultura e religião sem serem guiados por um poder centralizado, sufocante e indiferente.

ALEXANDER DUGIN E O CONTINENTALISMO IBERO-AMERICANO

Dugin destaca que o debate sobre Geopolítica e Relações Internacionais adquiriu cada vez mais importância no meio acadêmico e científico. Ele destacou que embora existam diversos paradigmas nas Relações Internacionais, as escolas dos realistas e dos liberais são as hegemônicas nas universidades. Os primeiros consideram que a soberania é vital e que não deve haver instâncias supranacionais que limitem a capacidade do Estado nacional. Com esses princípios, o realismo apoiou o desenvolvimento econômico e as políticas de defesa nacional dos estados modernos.

PUTIN-BIDEN SUMMIT: AINDA MELHOR QUE “W-WORD”

A reunião de Putin com Biden claramente não foi boa. Nenhum dos analistas e especialistas esperavam que ela seria um avanço ou um sinal tranquilizador. Pior que isso só se não houvesse a tal reunião. Se os líderes de duas potências mundiais claramente hostis se encontrarem cara a cara, significa que pelo menos não há guerra. É claro que a guerra real pode irromper a qualquer momento: quando Biden e sua agenda extremista liberal do Grande Reset tomaram a presidência de Trump, esse risco aumentou drasticamente.

Dugin e sua atração pelo Peronismo

Se a pandemia de Covid-19 irá alterar as condições para um mundo multipolar é uma questão que precisa ser respondida. Nesse caso, Aleksandr Dugin, como muitos dos principais filósofos, não hesitou em definir o evento como um ponto de inflexão na história moderna. “Não é o fim do mundo enquanto tal, mas certamente o fim do sistema mundial capitalista, unipolar, dirigido pelo Ocidente”, disse ele em uma entrevista em maio. “O que nem ideologias, guerras, batalhas econômicas ferozes, terror, nem movimentos religiosos foram capazes de fazer, um vírus invisível, mas mortal, fez. Trouxe morte, dor, horror, pânico, tristeza… mas também o futuro”, ele também previu em março. Entretanto, ele se permitiu algumas críticas ao presidente russo. “Sua ligação com Putin é mais sobre o impacto de seu trabalho na consciência estratégica da Rússia do que sobre um vínculo político-ideológico direto. Na verdade, ele é crítico de Putin em muitos aspectos”, adverte Montenegro.

O Pan-Africanismo: Das Origens à Resistência Africana no Século XXI

Para enfrentar a ameaça globalista o micronacionalismo não serve mais. Nenhum Estado-nação é forte o bastante para, sozinho, represar e reverter a avalanche cosmopolita pós-moderna e neoliberal. Por isso, os povos do mundo devem se reorganizar segundo blocos civilizacionais continentais. Tal como nós defendemos a Pátria-Grande ibero-americana, devemos apoiar e estudar as iniciativas pan-europeístas, eurasiáticas, e, evidentemente, também o pan-africanismo que recentemente tem sido defendido por Kemi Seba, principal nome da Quarta Teoria Política na África.

Introdução à filosofia da Política

A história da filosofia e a história da política produzem estritamente um e o mesmo padrão. Isso é extremamente importante. Existe uma homologia precisa entre eles. Se a filosofia se move em uma direção, a política não pode se mover em outra direção. A política caminha junto com a filosofia. Se algo mudou na filosofia, algo mudará na política. Se algo mudou na política, algo mudou na filosofia, o que predeterminou essa mudança na política. A política não tem autonomia da filosofia. A política costuma ser mais visível, embora às vezes menos. Do ponto de vista da história … as mudanças de dinastias, de um certo líder, príncipe, imperador … para começar uma guerra … isso é evidente, é uma decisão política, mas nunca é distinta da filosofia. É o que vemos – a decisão política – mas não vemos a decisão filosófica, que deve estar aí. Do ponto de vista da filosofia da política, a história política é uma seção da história da filosofia, dependendo absolutamente dessa história filosófica. Nenhum político está livre da filosofia e nenhum filósofo pode deixar de ser visto à luz de sua dimensão política implícita.

 

Dante Alighieri: Última Vítima da Cultura do Cancelamento

O autor da Divina Comédia havia colocado o fundador do Islã em uma parte não muito agradável do cosmo sagrado. E os liberais, que geralmente não se importam com o Islã, ou qualquer religião tradicional em geral, de repente decidiram que tal leitura poderia ter um efeito negativo sobre a psique dos migrantes de países islâmicos. E que eles deveriam ser protegidos contra isso, para não provocar explosões de agressão imprevisíveis de sua parte. Parece um absurdo, mas em nosso mundo quase tudo parece absurdo. Chegou a hora de nos acostumarmos a isso.

Aqui todos estão na posição de completos idiotas.

A batalha pelo cosmos na filosofia do eurasianismo

Em primeiro lugar, o eurasianismo foi levado à convergência com o platonismo. Atrair diretamente Platão, platonismo e neoplatonismo, incluindo o platonismo cristão nas igrejas ocidentais e orientais, enriqueceu qualitativamente a filosofia eurasianista, emprestando uma base ontológica à teoria da ideocracia eurasiana. É suficiente decifrar a tese tipicamente eurasianista do Ideia-Governante no contexto do platonismo plenamente desenvolvido - isto é, não contaminado pela modernidade ocidental - para ver como tal revela todo o seu profundo potencial. Isso também diz respeito à tese da “seleção eurasiana” necessária à formação de uma elite eurasianista e à organização vertical da sociedade. Tudo isso é uma aplicação direta dos princípios da República de Platão, à frente de cujo estado estão os filósofos governando à luz das Idéias. A política assume, portanto, o sentido de construir um análogo do estado celestial da eternidade na Terra, que nos remete à escatologia cristã - a descida da Jerusalém celestial e os fundamentos da teoria bizantina da sinfonia de poderes. O poder deve ser sagrado. O estado deve ser um reflexo do arquétipo eterno. A classe dominante deve consistir em idealistas e ascetas devotados à sua pátria e povo precisamente pelo fato de que eles, por sua vez, são os portadores de uma missão sagrada.

Dois Mundos, Duas Humanidades

Aparentemente, nossa geopolítica já está consolidada. Já se passaram 20 anos desde a primeira edição do livro Fundamentos da Geopolítica, que lançou as bases para a construção da geopolítica nacional eurasiana: o vácuo ideológico que flagelava nossa compreensão acerca de nossa própria posição na esfera geopolítica naquela época foi preenchido pelo Eurasianismo. Antes disso, o mundo era por nós mensurado por meio de conceitos ideológicos (o campo socialista vs. o capitalismo). Porém, mesmo depois que tal dualismo foi abandonado, permaneciam incompreensíveis os motivos que levavam a OTAN a continuar se expandindo para o Oriente, afinal, “já havíamos nos tornado liberais”.

Política Aeterna e o fim do Globalismo

Você não pode pagar isso sozinho, devemos estar juntos, devemos ajudar uns aos outros e estar juntos, ficar juntos, defender diferentes identidades, podemos ganhar esta guerra, porque na Rússia temos a mesma guerra, há mais e mais pressão contra a Rússia, há uma guerra declarada contra a igreja ortodoxa, contra a ortodoxia russa, contra os nossos valores, os globalistas nos atacam dentro e fora, bem como em sua sociedade. A única solução é tomar, manter nossa fé em Deus e em nossos povos, em nossa cultura e trazer as pessoas se defendendo deste globalismo, ficar juntos que é o ponto principal.

Não precisamos apoiar o mesmo que nós, não devemos apenas ajudar as pessoas que compartilham totalmente a nossa opinião, e precisamos entender os outros. Os muçulmanos devem entender e fazer amigos cristãos, cristãos – muçulmanos, hindus, chineses, africanos, latino-americanos e ocidentais que, bem como eu disse, são a maioria das vítimas do globalismo. Temos de destruir o globalismo, temos de destruir estas elites maníacas fanáticas internacionais que tentam a qualquer preço impor os seus valores totalitários radicais, as suas potências económicas, os seus monopólios, o seu sistema de valores e cultura, as suas tecnologias. Devemos destruí-los e, a fim de fazer isso, devemos ficar juntos. Essa é a minha opinião.

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