Civilization

Os Deuses da Peste: A Geopolítica da Epidemia e as Bolhas de Nada

É possível esperar que, uma vez que se lidecom o coronavírus, a humanidade chegue à conclusões certas: restrinja a globalização; jogue fora as superstições liberais; pare a migração e ponha um fim às invenções técnicas obscenas que estão mergulhando a todos cada vez mais fundo nos labirintos intermináveis da matéria? A resposta é, claramente, não. Todos voltarão rapidamente aos seus velhos caminhos num piscar de olhos, antes mesmo de os cadáveres serem enterrados. Assim que – e se – os mercados ganharem vida e o Dow Jones voltar a acordar, tudo voltará ao normal. O ingênuo é aquele que pensa o contrário. Mas o que significa isso? Significa que mesmo uma epidemia desta escala será transformada em um infeliz mal-entendido. Ninguém vai entender o significado da vinda dos deuses da peste; ninguém vai refletir sobre as “bolhas de nada”; e tudo se repetirá uma e outra vez até chegar ao ponto de não-retorno.

Kemi Seba: esperança africana de um mundo multipolar

Ele conseguiu, pela força da estratégia e do conhecimento das ruas africanas, domesticar um conceito ainda desenhado e concebido por/para o Ocidente, que vem a ser a sociedade civil. Ao fundir sua circunferência (geralmente composta de ONGs alimentadas com os seios da Europa ou dos Estados Unidos) com a rua real, ela brutalmente descompartimentou um espaço metapolítico que não pertencia a povos enraizados, mas na verdade, para as elites apátridas globalizadas. Ele entendeu o status ideológico das três principais teorias políticas modernas, que são o liberalismo, comunismo e nacionalismo. Seguindo essa lógica, ele acabou, por meio do progresso intelectual, a chegar à Quarta Teoria Política, baseada na busca da tradição primordial em sua acepção africana e no domínio dos mecanismos conceituais da multipolaridade político-civilizacional.  

Rumo à Quarta Teoria Econômica

A comunidade camponesa foi concebida como um ente soberano, e a supraestrutura acima desta consistia na esfera dos mortos e dos espíritos, que, em alguns casos, era ocupada por grupos heterogêneos (como, por exemplo, a elite dos conquistadores). Os sacrifícios, assim, eram enviados para lá, independentemente de tal esfera ser representada corporeamente (castas superiores) ou não (espíritos e mortos). Em todo caso, o eixo metafísico era personificado e responsável pela destruição dos excedentes ou das anomalias. Contudo, é fundamental estabelecer que o equilíbrio entre produção e consumo se dava no domínio da imanência pura, ou seja, era suficiente em si mesmo.

O feminismo como manifestações da agenda anti-humanista

As projeções da mentalidade masculina por sobre as mulheres é tão paranoica quanto as projeções da mentalidade feminina por sobre os homens. Normalmente, as mulheres são muito mais sensíveis e delicadas do que os homens neste sentido. Nem mais submissas ou inclinadas à resignação – apenas mais sábias. Em certo sentido, elas são mais humanas e autênticas… Mas ainda assim – estes são dois universos essencialmente humanos e essencialmente diferentes.

A Anatomia do Populismo e o Desafio da Matrix

Os "coletes amarelos" rebelaram-se contra Macron bem como contra a elite liberal dominante. Mas hoje, já não é mais um movimento da direita ou da esquerda clássica. Macron é de esquerda no apoio à migração, proteção de minorias, a legalização de distorções e o chamado "marxismo cultural", mas de direita (direita liberal) em termos de economia, defendendo firmemente os interesses dos grandes negócios e da burocracia europeia. Ele é um globalista puro, sem descartar uma declaração direta de sua pertença à Maçonaria (seu famoso sinal de mão, representando um triângulo), e até com slogans satânicos diretos: “Faça o que quiser, mas vote em Macron.” A revolta dos “coletes amarelos” é precisamente contra essa combinação de direita liberal e esquerda liberal.

Se Mélenchon e Marine Le Pen não podem ser unidos politicamente, sendo um - muito à esquerda e o outro – muito à direita, então os "coletes amarelos" farão isso no lugar dos líderes políticos que buscam liderar um movimento populista. Os “coletes amarelos” não são apenas contra a política econômica ou a imigração - eles são contra Macron como um símbolo de todo o sistema, contra o globalismo, contra o totalitarismo liberal, contra o “estado atual das coisas”. O movimento dos "coletes amarelos" é uma revolução populista e popular. E a palavra "povo" (populus, "le peuple") no conceito de "populismo" deve ser entendida literalmente.

As raízes da identidade

A identidade extrema é sempre relativa, individual e condicional. A identidade profunda é absoluta, universal – no âmbito de uma sociedade em específico – e não depende da expressão individual. A identidade extrema é um produto específico da identidade difusa. A identidade profunda precede a identidade difusa e funciona como a potência espiritual que a constitui.

Semelhante análise é muito importante para uma compreensão precisa do desenvolvimento do nacionalismo no mundo atual.

Na Rússia, a identidade difusa (patriotismo) está em ascensão. Concentra-se particularmente no Estado e em Putin, especialmente após o ocorrido na Crimeia. Os Jogos Olímpicos ajudaram a cultivar e a revitalizar tais formas em particular.

Multipolaridade: A Definição e a Diferenciação entre seus Significados

Mais e mais obras sobre relações exteriores, política mundial, geopolítica, e atualmente, política internacional, são dedicadas ao tema da multipolaridade. Um número crescente de autores tentam compreender e descrever a multipolaridade como um modelo, fenômeno, precedente ou possibilidade.

O típico da multipolaridade foi tocado, de uma maneira ou de outra, nas obras do especialista em relações internacionais David Kampf (no artigo, "A Emergência de um Mundo Multipolar"), do historiador Paul Kennedy da Universidade de Yale (em seu livro, "A Ascensão e Queda das Grandes Potências"), do geopolítico Dale Walton (no livro, "Geopolítica e as Grandes Potências no Século XXI: Multipolaridade e a Revolução em Perspectiva Estratégica"), do cientista político americano Dilip Hiro (no livro, "Após o Império: Nascimento de um Mundo Multipolar"), e outros. O mais próximo da compreensão do sentido da multipolaridade, em nossa opinião, foi o especialista britânico em RI Fabio Petito, que tentou construir uma alternativa séria e substanciada ao mundo unipolar com base nos conceitos legais e filosóficos de Carl Schmitt.

A "ordem mundial multipolar" também é repetidamente mencionada nos discursos e escritos de figuras políticas e jornalistas influentes. Foi assim que a ex-Secretária de Estado Madeleine Albright, que primeiro chamou os EUA de a "nação indispensável", afirmou em 2 de fevereiro de 2000, que os EUa não querem "estabelecer e impôr" um mundo unipolar, e que a integração econômica já criou "um certo mundo que pode até ser chamado multipolar". Em 26 de janeiro de 2007, na coluna editorial do "The New York Times", foi escrito abertamente que a "emergência do mundo multipolar", junto com a China, "agora assume lugar na mesa em paralelo com outros centros de poder como Bruxelas ou Tóquio". Em 20 de novembro de 2008, no relatório "Tendências Globais 2025", do Conselho de Inteligência Nacional dos EUA, foi indicado que a emergência de um "sistema global multipolar" podia ser esperada para dentro das próximas duas décadas.

A pessoalidade econômica

Teoricamente, devemos afirmar um retorno radical ao Trabalhador integral, à pessoalidade econômica, contra a “ordem” capitalista desintegrada (que é, mais precisamente, um caos controlado) e o indivíduo crematístico. Isso implica em uma desurbanização radical e em um retorno às práticas agrícolas e à criação de comunidades camponesas soberanas. Este é o programa econômico da QTP – o ressurgimento da economia após a noite nebulosa da crematística, o renascimento da pessoalidade econômica do abismo do individualismo.

Mas não podemos ignorar a escala profunda do niilismo capitalista. O problema não tem uma solução técnica: o capitalismo não pode ser corrigido, ele deve ser destruído. O capitalismo não é apenas uma acumulação da parte maldita, ele é a própria parte maldita – essa é a sua essência. Portanto, a luta contra o capitalismo não é uma competição em termos de eficiência, mas uma luta escatológico-religiosa contra a morte.

O capitalismo, historicamente, ou melhor, historialmente (seynsgeschichtliche), é o penúltimo acorde do mistério eleusiano. A economia está apodrecendo sob a crematística, a pessoalidade econômica segue sendo despedaçada na esteira do Indivíduo, assim como os elementos e as estruturas vitais vão sendo destruídos pela mecânica do desejo eletrônico. Mas tudo isso passa a ter algum sentido se concebermos a história econômica como um mistério. Deste modo, estamos na última hora antes da aurora. Hoje, o capitalismo chegou em seu limite. O selo do Anticristo eletrônico foi desatado – tudo fica mais claro. Não se trata apenas de uma crise ou de uma disfuncionalidade técnica: chegamos no momento do Juízo Final, que é justamente o momento da Ressurreição. Mas para que a Ressurreição aconteça, é necessário que haja um sujeito da ressurreição, isto é, um iniciado, uma Pessoa, uma pessoalidade – um camponês.

Novo Horizonte: Irão reuniu intelectuais de todo o mundo

Durante três dias Meched recebe anualmente toda uma miríade de intelectuais, académicos, personalidades políticas e militares, cantores, escritores, cineastas, críticos de cinema que se tenham destacado nos seus campos por um posicionamento anti-sionista e anti-imperialista.
A organização afirma que os conferencistas devem estar dispostos a debater os diferentes aspectos dos ideários da humanidade e as realidades do mundo que não recolhem grande tempo de antena pelas instituições e meios de comunicação social mais convencionais ou de maior disseminação e influência.
A temática mais frequente lida com assuntos de âmbito mundial e regional, geopolítica do Médio Oriente e da Eurásia, a presença islâmica na Europa, a islamofobia, a irãnofobia e a discriminação em geral, a hostilidade institucional dos Estados Unidos da América para com a sua população afro-descendente, o lobby sionista, a política externa dos EUA, a cooperação Sul-Sul, os centros decisores da política ocidental, etc.

Transhumanismo e Pós-humanismo

Claro que a grande maioria da humanidade hoje não está pronta para se transformar em cyborgs ou mutantes. Mas ninguém pediu a opinião da maioria da humanidade. Toda a história é feita pelas elites. As massas nunca estão prontas para nada. Mas isso não significa absolutamente nada. Eles não estão prontos - eles estão sendo preparados, e ninguém nem percebe isso.

O transhumanismo é inevitável se aceitarmos a tendência principal da Era Moderna, a fé no progresso, no desenvolvimento e na melhoria da humanidade. Esta religião, ou melhor, pseudo-religião do progresso, foi introduzida na Europa e no mundo pelo Iluminismo. Esta heresia gradualmente substituiu ou empurrou para a periferia todas as formas tradicionais de religião - em primeiro lugar, o cristianismo. É impossível parar a meio caminho neste percurso de progresso. Dizendo "a", temos que dizer "b", "c", "d" e todas as outras letras do alfabeto. H+ é a última carta. Daí em diante, apenas a linguagem do computador começa.

É necessário que nos livremos da globalização das mentes

Assim, o mais importante é construir uma metafísica profunda para um mundo multipolar – uma descolonização profunda. A descolonização política nem sempre é seguida pela descolonização das mentes, uma vez que a modernidade penetra no próprio núcleo da cultura: livrar-se dela e dizer “sim” às suas raízes é muito difícil. Desta forma, a independência política é uma condição necessária, mas não suficiente.

A Quarta Teoria Política é a teoria da vitória!

Depois de destruir as medidas historiais-ontológicas da modernidade (o que inclui o Liberalismo em todas a suas manifestações), a Quarta Teoria Política deseja avançar rumo a um futuro luminoso, onde cada povo, uma vez livre do jugo do globalismo e do Capital, poderá determinar os seu próprio destino histórico autenticamente e construir sua própria civilização da maneira que desejar.

Esquerda Estética

Há a cooptação da população negra pelo uso de negros em comerciais de grandes corporações – mesmo que essas corporações façam uso de trabalho escravo/semi-escravo na África. Podemos citar mesmo a captação econômica dos homossexuais por meio de uma “agenda gay” que se utiliza de gays para representar, por exemplo, marcas de roupas – que se beneficiam do trabalho de milhares de costureiras clandestinas em regime de trabalho escravo e/ou semi-escravo.
Mulheres transexuais para parabenizar o dia da mulher com a logomarca de alguma estrutura corporativa que explora mulheres no Terceiro Mundo. Essas dicotomias não são interessantes para a Esquerda porque, para essa ideologia, as relações de dominação econômica são menos importantes (e menos interessantes) do que a representatividade e o aspecto estético midiático em si. São pequenos efeitos colaterais que podem ser devidamente ignorados num processo “muito mais importante”: promover uma “revolução” nas mentalidades e no comportamento humano.
A representação da mulher burguesa é essencialmente mais importante do que a defesa do homem proletário (ou da própria mulher proletária); um gay rico é esteticamente mais útil para a propaganda em si do que um heterossexual proletário.

O Conceito Cosmoliberal de Liberdade

O cosmoliberalismo executa uma adulteração na concepção de liberdade. Como explicado pelo professor Alexandr Dugin, o conceito liberal de liberdade é essencialmente negativo, oriundo de John Stuart Mill. É sempre a liberdade "de" algo, e não "para" algo.

Além do aspecto essencialmente negativo contido na semântica liberal, há a desfiguração da liberdade como algo unicamente individual - a liberdade no singular, nunca no plural. "Eu" sou livre - "nós", não. É a liberdade para o cosmético, o minimalista e sistematicamente irrelevante: a liberdade para "escolher" a cor e o corte dos cabelos, as roupas, as companhias sexuais, a raça de cachorro, a decoração da sala de estar, o estilo musical, a ideologia, a tribo urbana, o time favorito, a religião e até mesmo o gênero e a raça (trans-racialismo). O indivíduo pode escolher suas "partes", seus dispositivos.

As Raízes da Identidade

A maioria esmagadora dos membros de uma sociedade possui este tipo de identidade como uma percepção vaga, geralmente subconsciente, da unidade de pertencimento a um povo, uma história, um Estado, uma linguagem e religião. A identidade difusa quase nunca domina a vida cotidiana, sendo secundária, ou mesmo terciária, em relação à identidade individual. É comum que aqueles que possuem uma identidade difusa deem prioridade ao próprio "eu", ao conforto, aos sentimentos e à segurança seguido pelos de familiares e amigos – e somente depois vem um vago entendimento a respeito de sua pertença a uma determinada sociedade ou povo (ao invés de a outro). Em circunstâncias normais, a identidade difusa não requer ações específicas e é percebida de maneira fraca: seus portadores podem até não ter noção de seus conteúdos e estruturas.

O Populismo Moderno

O Povo é um conceito político que está aparecendo, hoje, em oposição ao liberalismo. Os liberais estão gritando sobre uma ameaça fascista ou comunista, e são incapazes de compreender a essência do momento populista, o qual interpretam por meio de velhos clichês. É por isso que eles estão perdendo. É por isso que eles estão condenados.

No entanto, tanto a Esquerda quanto a Direita são unânimes em achar que este é apenas um momento, um período de tempo limitado, uma espécie de quantum no movimento histórico. Provavelmente, ninguém pode dizer se o Povo (e, consequentemente, o populismo) é um sistema, um programa, uma estratégia ou apenas uma correção temporária no curso da globalização liberal.

Os globalistas tiveram seu momento no início dos anos 90 - o momento unipolar. Eles arruinaram tudo o que puderam ao longo de trinta anos, transformando a globalização e o mundo unipolar numa horrenda caricatura. Os reformadores da Rússia nos anos 90 fizeram o mesmo com a democracia. Agora, um momento diferente está chegando. O Povo está aparecendo no palco da história do mundo. Esta é uma chance, um risco, uma responsabilidade e um desafio. Mas é o nosso momento. Não utilizá-lo seria um verdadeiro crime.

Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial na perspectiva de Aleksandr Dugin

A Nova Ordem Mundial é um projeto geopolítico que começou a ser debatido no final dos anos 80, quando, no fim do regime Soviético, Gorbachev cogitou a cooperação entre a União Soviética e os Estados Unidos, convergindo em uma política internacional em comum, especialmente em específicas cooperações de interesses comuns, tal qual a Guerra do Golfo, em 1991.

Este conceito geopolítico é moldável às circunstâncias históricas, após 1991, sob o fim do regime socialista no Leste Europeu, o historiador Fukuyama escreve a respeito de uma Nova Ordem Mundial, caracterizada pela hegemonia econômica pautada no livre mercado e tendo seu principal ator, os Estados Unidos da América em que foi o guia desta vitória durante o processo de Guerra Fria.

No atual momento histórico não há uma ordem mundial vigente, mas um período de intervalos que determina um processo histórico de criação de uma ordem, devido à paradigmas das relações internacionais que estão tentando delimitar o poder político-econômico a nível global por meio dos interesses de possíveis atores de medidas em escalas internacionais; o pensador russo cria uma dicotomia entre o regionalismo e o globalismo, analisando-os enquanto delimitações geográficas possíveis de alcance e controle de poder político.

Marcelo Odebrecht ensina: democracia é ilusão

Inúmeros nomes, listas inteiras de pessoas, empresas, firmas, partidos políticos e figurões. As delações intermináveis dos Odebrecht (e principalmente de Marcelo, o sucessor dessa dinastia) mostram algo bastante simples, e que parece ainda não ter sido compreendido pela maioria dos observadores: democracia é ilusão.

A dinastia Odebrecht praticamente tem ditado os rumos da política brasileira (e não só dela) há pelo menos mais de trinta anos - remontando inclusive ao regime militar, o que destrói a retórica direitista da "moral ilibada" dos governantes militares.

Em todos os processos eleitorais, a empresa Odebrecht (empreiteira, essencialmente dominante e com um capital vastíssimo) financiou diretamente as candidaturas de praticamente todos os candidatos (ao menos os mais significativos deles). Isso significa, em termos práticos, que não importa quem vence uma eleição, a Odebrecht sempre ganharia - como num Cassino: a casa sempre ganha.

O que acontece com a Europa?

Geopoliticamente a Europa é hoje uma entidade atlantista. A teoria geopolítica criada pelo inglês Sir H. Mackinder declara que há dois tipos de civilizações – a civilização do Mar (Seapower) e a civilização da Terra (Landpower). Ambas estão constituídas sobre sistemas de valores opostos. O Seapower é puramente mercantil, modernista e materialista. O Landpower é tradicionalista, espiritual e heroico. Esse dualismo corresponde ao par conceitual de Werner Sombart: Händlres e Helden. A sociedade europeia moderna está plenamente integrada na civilização do mar. Isso se manifesta na hegemonia estratégica norte-americana e na OTAN. 
 
Essa situação impede que a Europa se converta numa entidade geopolítica independente. Mais profundamente, perverte a natureza geopolítica da Europa como entidade continental – Landpower. 
 
Portanto, há uma necessidade de mudar a situação e restabelecer a estratégia do Landpower baseada na verdadeira soberania europeia. Em vez do atlantismo, a Europa necessita converter-se numa potência estratégica continental.

O Globalismo e a Guerra Cultural

Em um vídeo interessante, Ariano Suassuna trata da questão da guerra cultural e de como seu papel é fundamental na imposição do globalismo anglo-saxão. Em primeiro lugar, é preciso retirar o conceito “Guerra Cultural” – termo apropriado pela própria direita de inspiração anglo-saxã. Aqui, vemos como o ideal globalista é pervertido: esta mesma direita afirma que há uma guerra cultural contra os Estados Unidos, praticada pela “esquerda globalista”. E nada pode ser mais mentiroso.

Em primeiro lugar, só há um projeto globalista: o americano, inspirado nos ideais do “Destino Manifesto”. Mesmo com o caráter diferente e pós-moderno, sua essência atualmente é a mesma: racista, supremacista e aniquilador de todas as culturas diferentes. O que, por exemplo, só serve para aumentar ainda mais o vexame de Olavo de Carvalho em seu debate contra o Professor Alexander Dugin: defender os Estados Unidos como vítima do globalismo e maior opositor a ele já nasce como uma grande mentira.

COUNTER-HEGEMONY IN THE THEORY OF THE MULTIPOLAR WORLD

Although the concept of hegemony in Critical Theory is based on Antonio Gramsci’s theory, it is necessary to distinguish this concept’s position on Gramscianism and neo-Gramscianism from how it is understood in the realist and neo-realist schools of IR.

The classical realists use the term “hegemony” in a relative sense and understand it as the “actual and substantial superiority of the potential power of any state over the potential of another one, often neighboring countries.” Hegemony might be understood as a regional phenomenon, as the determination of whether one or another political entity is considered a “hegemon” depends on scale. Thucydides introduced the term itself when he spoke of Athens and Sparta as the hegemons of the Peloponnesian War, and classical realism employs this term in the same way to this day. Such an understanding of hegemony can be described as “strategic” or “relative.”

In neo-realism, “hegemony” is understood in a global (structural) context. The main difference from classical realism lies in that “hegemony” cannot be regarded as a regional phenomenon. It is always a global one. The neorealism of K. Waltz, for example, insists that the balance of two hegemons (in a bipolar world) is the optimal structure of power balance on a world scale[ii]. R. Gilpin believes that hegemony can be combined only with unipolarity, i.e., it is possible for only a single hegemon to exist, this function today being played by the USA.

In both cases, the realists comprehend hegemony as a means of potential correlation between the potentials of different state powers. 

Gramsci's understanding of hegemony is completely different and finds itself in a completely opposite theoretical field. To avoid the misuse of this term in IR, and especially in the TMW, it is necessary to pay attention to Gramsci’s political theory, the context of which is regarded as a major priority in Critical Theory and TMW. Moreover, such an analysis will allows us to more clearly see the conceptual gap between Critical Theory and TMW.

O Paradigma do Fim

A análise das civilizações, sua correlação, sua confrontação, seu desenvolvimento, sua interdependência, são questões extremamente difíceis enquanto problemas, seja na dependência dos métodos, na profundidade da pesquisa, onde alguém pode obter resultados não apenas diferentes, mas diretamente contrários. Contudo, mesmo para obter as mais aproximadas conclusões, alguém deve aplicar a redução, reduzir a variedade de critérios para um modelo simplificado. O marxismo prefere apenas a abordagem econômica, que se torna substituta e denominador comum para todas as outras disciplinas. Assim também é o liberalismo (apesar de o ser menos explicitamente). 
A geopolítica, que é menos conhecida e menos popular que uma variedade de aproximações econômicas, mas não menos efetiva e óbvia em explicar a história das civilizações, sugere outro método de redução completamente diferente. Outra versão do reducionismo são as formas diversas de abordagem ética, que incluem "teorias raciais" como seu aspecto extremado.

O que é o Brasil? O Brasil Visto à Luz da Quarta Teoria Política

A ordem vigente, formada pela relação de poderes do pós-segunda guerra mundial, é uma ordem caduca, não mais capaz de representar a real distribuição de forças do mundo atual. Assim, embora o BRICS ainda não advogue o rompimento com tal ordem, busca uma reforma que traga mais justiça aos países emergentes e em desenvolvimento, adquirindo assim também forte importância simbólica – importância essa que cada vez mais deixa de ser somente simbólica para transformar-se em uma liderança real na busca da multipolaridade.
 
A informalidade dos BRICS, poder-se-ia alegar, representaria uma fraqueza em sua solidificação. Porém, como argumentam Cooper e Farooq, essa fraqueza pode, em verdade, ser sua força. O caráter informal é justamente a maleabilidade que permite que o BRICS não seja obrigado a tratar de todos os temas, tendo maior enfoque nos objetivos em comum. Se se tentasse incialmente tratar as mais diversas pautas em uma estrutura rígida e formal, tornar-se-ia um tanto difícil alcançar consenso e cooperação. A informalidade abre espaço para unir esforços nos pontos de convergência, respeitando o tempo necessário para que se alcance maior formalidade conforme a consonância de interesses aumente. Ao mesmo tempo, o pequeno quadro de membro do BRICS torna mais dinâmica a construção do consenso (COOPER e FARROQ, 2015). Se é verdade que mesmo entre 5 países coordenar ações não é tarefa fácil, em um grupo que fosse formado por um número muito grande de países, seria de se esperar que houvesse lentidão e imobilidade de ações, pois as divergências seriam extremamente trabalhosas e tomariam muito tempo para se resolver. 

Manifesto da Aliança Revolucionária Global

Vivemos no final de um ciclo histórico. Todos os processos que constituem o sentido da história chegaram a um impasse lógico.  

O fim do capitalismo: O desenvolvimento do capitalismo chegou ao seu limite natural. Há somente uma coisa deixada para o sistema econômico mundial – entrar em colapso no abismo. Baseado em um aumento progressivo das instituições puramente financeiras, bancos em primeiro lugar e, em seguida, estruturas de ações mais complexas e sofisticadas, o sistema do capitalismo moderno, completamente divorciado da realidade, a partir do equilíbrio da oferta e da procura, a partir de relação de produção e consumo, a partir da conexão com uma vida real. Toda a riqueza do mundo está nas mãos da oligarquia financeira mundial através das manipulações complicadas com a construção de pirâmides financeiras. 

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