Introdução à filosofia da Política

A história da filosofia e a história da política produzem estritamente um e o mesmo padrão. Isso é extremamente importante. Existe uma homologia precisa entre eles. Se a filosofia se move em uma direção, a política não pode se mover em outra direção. A política caminha junto com a filosofia. Se algo mudou na filosofia, algo mudará na política. Se algo mudou na política, algo mudou na filosofia, o que predeterminou essa mudança na política. A política não tem autonomia da filosofia. A política costuma ser mais visível, embora às vezes menos. Do ponto de vista da história … as mudanças de dinastias, de um certo líder, príncipe, imperador … para começar uma guerra … isso é evidente, é uma decisão política, mas nunca é distinta da filosofia. É o que vemos – a decisão política – mas não vemos a decisão filosófica, que deve estar aí. Do ponto de vista da filosofia da política, a história política é uma seção da história da filosofia, dependendo absolutamente dessa história filosófica. Nenhum político está livre da filosofia e nenhum filósofo pode deixar de ser visto à luz de sua dimensão política implícita.

 

Dante Alighieri: Última Vítima da Cultura do Cancelamento

O autor da Divina Comédia havia colocado o fundador do Islã em uma parte não muito agradável do cosmo sagrado. E os liberais, que geralmente não se importam com o Islã, ou qualquer religião tradicional em geral, de repente decidiram que tal leitura poderia ter um efeito negativo sobre a psique dos migrantes de países islâmicos. E que eles deveriam ser protegidos contra isso, para não provocar explosões de agressão imprevisíveis de sua parte. Parece um absurdo, mas em nosso mundo quase tudo parece absurdo. Chegou a hora de nos acostumarmos a isso.

Aqui todos estão na posição de completos idiotas.

A batalha pelo cosmos na filosofia do eurasianismo

Em primeiro lugar, o eurasianismo foi levado à convergência com o platonismo. Atrair diretamente Platão, platonismo e neoplatonismo, incluindo o platonismo cristão nas igrejas ocidentais e orientais, enriqueceu qualitativamente a filosofia eurasianista, emprestando uma base ontológica à teoria da ideocracia eurasiana. É suficiente decifrar a tese tipicamente eurasianista do Ideia-Governante no contexto do platonismo plenamente desenvolvido - isto é, não contaminado pela modernidade ocidental - para ver como tal revela todo o seu profundo potencial. Isso também diz respeito à tese da “seleção eurasiana” necessária à formação de uma elite eurasianista e à organização vertical da sociedade. Tudo isso é uma aplicação direta dos princípios da República de Platão, à frente de cujo estado estão os filósofos governando à luz das Idéias. A política assume, portanto, o sentido de construir um análogo do estado celestial da eternidade na Terra, que nos remete à escatologia cristã - a descida da Jerusalém celestial e os fundamentos da teoria bizantina da sinfonia de poderes. O poder deve ser sagrado. O estado deve ser um reflexo do arquétipo eterno. A classe dominante deve consistir em idealistas e ascetas devotados à sua pátria e povo precisamente pelo fato de que eles, por sua vez, são os portadores de uma missão sagrada.

Dois Mundos, Duas Humanidades

Aparentemente, nossa geopolítica já está consolidada. Já se passaram 20 anos desde a primeira edição do livro Fundamentos da Geopolítica, que lançou as bases para a construção da geopolítica nacional eurasiana: o vácuo ideológico que flagelava nossa compreensão acerca de nossa própria posição na esfera geopolítica naquela época foi preenchido pelo Eurasianismo. Antes disso, o mundo era por nós mensurado por meio de conceitos ideológicos (o campo socialista vs. o capitalismo). Porém, mesmo depois que tal dualismo foi abandonado, permaneciam incompreensíveis os motivos que levavam a OTAN a continuar se expandindo para o Oriente, afinal, “já havíamos nos tornado liberais”.

Política Aeterna e o fim do Globalismo

Você não pode pagar isso sozinho, devemos estar juntos, devemos ajudar uns aos outros e estar juntos, ficar juntos, defender diferentes identidades, podemos ganhar esta guerra, porque na Rússia temos a mesma guerra, há mais e mais pressão contra a Rússia, há uma guerra declarada contra a igreja ortodoxa, contra a ortodoxia russa, contra os nossos valores, os globalistas nos atacam dentro e fora, bem como em sua sociedade. A única solução é tomar, manter nossa fé em Deus e em nossos povos, em nossa cultura e trazer as pessoas se defendendo deste globalismo, ficar juntos que é o ponto principal.

Não precisamos apoiar o mesmo que nós, não devemos apenas ajudar as pessoas que compartilham totalmente a nossa opinião, e precisamos entender os outros. Os muçulmanos devem entender e fazer amigos cristãos, cristãos – muçulmanos, hindus, chineses, africanos, latino-americanos e ocidentais que, bem como eu disse, são a maioria das vítimas do globalismo. Temos de destruir o globalismo, temos de destruir estas elites maníacas fanáticas internacionais que tentam a qualquer preço impor os seus valores totalitários radicais, as suas potências económicas, os seus monopólios, o seu sistema de valores e cultura, as suas tecnologias. Devemos destruí-los e, a fim de fazer isso, devemos ficar juntos. Essa é a minha opinião.

Todas as sociedades devem se reorganizar segundo sua história, livres de todo dogmatismo

A Quarta Teoria Política é a teoria que está se desenvolvendo em paralelo com a teoria do mundo multipolar.

A Quarta Teoria Política é a filosofia política que corresponde à teoria do mundo multipolar.

Quanto tempo você acha que o bloco da UE e a América do Norte podem durar? Como eles esperam dominar o mundo, quando eles mesmos minaram os fundamentos da civilização que controlam (através de escolhas perversas como o lockdown, a ideologia politicamente correta, a economia verde), enquanto o bloco eurasiático (e também estados importantes como o Brasil), respeitando as diferentes autonomias nacionais e reivindicando o direito dos povos à autodeterminação, está adquirindo cada vez mais estabilidade e credibilidade?

Numa perspectiva mais ampla, não será possível para o bloco americano e europeu competir na luta com a multipolaridade emergente.

Creio, entretanto, que ainda não chegamos ao ponto de não retorno. O mundo unipolar, ou seja, os Estados Unidos e a elite liberal européia, tem muitos meios à sua disposição: tecnológicos, políticos, sociais, técnicos, científicos. É por isso que o futuro está aberto.

Do Liberalismo 1.0 ao Liberalismo 2.0: A Virada Pós-Moderna do Liberalismo

É ponto pacífico que vivemos sob uma hegemonia global liberal. Mas o liberalismo de hoje não é idêntico ao liberalismo de Adam Smith e John Stuart Mill. Ainda que o liberalismo original tenha nos trazido exatamente até o liberalismo que conhecemos hoje, é importante compreender o que mudou no liberalismo e como o liberalismo moderno fez essa virada pós-moderna.

O Novo Programa da Filosofia

Quando reconhecemos em nós mesmos um desacordo cada vez mais cego com tal estado de coisas, corremos automaticamente para o passado, para aquele tempo em que o mundo e o humano eram realidades fixas e bem definidas. Ficamos fascinados e inspirados por tudo: a eclesialidade, a monarquia, o sovietismo, o nacionalismo e até a democracia em sua versão modestamente realista e inicial (industrial), onde ainda havia decisão e escolha, trabalho e salários, e riscos e leis para formar valor. Mas esta não é a saída, porque se algo - mesmo algo muito bom - desapareceu, isso significa que há algum tipo de significado superior nisso...

 

A Geopolítica da Novorossiya 7 Anos Depois

Sete anos atrás, em 2014, a Rússia cometeu um grave erro. Putin perdeu a oportunidade que lhe foi dada pelos acontecimentos após o Maidan, a chegada ao poder da junta de Kiev e a fuga de Yanukovych para a Rússia. Nosso presidente, que tinha sido bastante consistente em suas ações geopolíticas, não permaneceu fiel a seus princípios. Digo isto não ironicamente, mas dominado por uma dor muito profunda e sinceramente cheio de fúria.

A oportunidade que perdemos foi a criação da “Novorossiya” (Nova Rússia), da “Primavera Russa”, do “Mundo Russo”. O que deveria ter sido feito à época era o seguinte:

A Quarta Teoria Política e o Socialismo na América Latina

Para o Povo podemos defini-lo como: “o grupo humano organicamente estruturado, consciente de seu destino histórico, cujos componentes estão ligados uns aos outros por ideais comuns mais ou menos bem definidos” (Revisar definição de povo em Praxispatria). Esse povo desempenha um papel soberano e político, identificando-se como uma classe social, ou seja, a chamada “Classe popular”, combatendo o despotismo e a tirania, exercendo o direito de rebelião para consolidar a vida plena, para montar sua própria história. Daí a fórmula: “Contra o horror do tirano, do terror popular”. Este Povo ou Classe Popular, embora não seja exatamente o que o marxismo identifica como um proletariado, se está intimamente ligado a ele, porque o coração do Povo é a classe proletária, então também inclui os setores da pequena burguesia que tendem à proletarização.

Rússia e Cuba: Alternativas Ideológicas no Caminho para um Mundo Multipolar

Rússia e Cuba possuem uma longa história de amizade que precede a Revolução Cubana, mas que foi se aprofundando ao longo do século XX por conta da Guerra Fria. Agora, quando ambos os países seguem sob cerco dos EUA, não por razões ideológicas mas por razões geopolíticas, acadêmicos cubanos e russos organizaram uma conferência para debater os rumos das relações entre os seus países.

 

Teses sobre o Anticristo

A vinda do Anticristo, neste sentido, está acontecendo agora. Não importa se acontecerá em uma semana, um mês, 10 ou 100 anos. Ninguém sabe quando o Anticristo virá, mas ele certamente virá, porque o sentido da compreensão cristã da história – em seu penúltimo acorde – assim o afirma. E a história cristã é um conjunto de afirmações lógicas: o Paraíso, a Queda, a luta entre os justos e os pecadores pela dominação da cultura, da sociedade e da época, e depois a salvação. Trata-se de uma perspectiva da história dos significados, não dos fatos.

REVOLUÇÃO FARROUPILHA 1835-1845: A DESCONSTRUÇÃO DE UM MITO E UMA ANÁLISE QUARTO-TEÓRICA

Havia insatisfação da população relacionada ao descaso do poder central, que pouco investia na província. Algo vista com maus olhos levando em conta os benefícios económicos e estratégico-militares que a região proporcionou. A verdade é que não houve um amplo apoio popular como se imagina. Conforme vemos em Jungblut (2011), boa parte dos moradores das maiores cidades da província, como Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, não aderiram em sua totalidade à revolução que se propunha. Porto Alegre, por exemplo, foi a principal base de sustentação contrária aos rebeldes. De acordo com Zago (2005) o rompimento com o poder central não ocorre na totalidade da província, onde várias regiões se mantiveram fiéis ao Império. Mesmo parte da elite local, a qual era dependente do comércio exercido com o centro, esteve fiel em virtude de seus interesses. Conforme Silva (2018) o sentimento de revolta realmente não era compartilhado pela maioria da população, menos ainda os setores das classes dominantes, mesmo que se tente apresentar como universal “uma insatisfação particular”.
A respeito à adesão de minorias, se analisarmos que boa parte da população era de uma camada desfavorecida, muitos viram uma oportunidade de estarem livres das amarras e das injustiças vindas do poder central, em especial o escravo, que desejava liberdade. (CHIAVENATO, 1988; PESAVENTO, 1990). 

SELVAGERIA OU CIVILIZAÇÃO? O ENCONTRO DO EUROPEU COM OS POVOS INDÍGENAS

O indígena aqui se desenvolvia e vivia a seu modo, não sucumbindo às adversidades que se apresentavam. O indígena era portador de uma adaptabilidade que povos tidos como desenvolvidos não obtinham. Ainda dentro deste contexto, podemos analisar como o indígena se relacionava com as espécies que se encontravam no mesmo ambiente. Freyre (1966) elucida muito bem a questão, nos apresentando uma intimidade interessante, quase “lírica”, na qual os animais não se encontram ali para fins de servir-lhes como alimento ou energia para o trabalho doméstico e agrícola, muito menos para fins ritualísticos. Conforme aborda:
Teodoro Sampaio, que pelo estudo da língua tupi tanto chegou a desvendar da vida íntima dos indígenas do Brasil, afirma que em torno à habitação selvagem e ‘invadindo-a mesmo com a máxima familiaridade, desenvolvia- se todo um mundo de animais domesticados, a que chamavam mimbadá. Mas eram todos animais antes de convívio e de estimação do que de uso ou serviço: ‘Aves de formosa plumagem, como o guará, a arara, o Canindé, o tucano, grande número de perdizes (ianhambi ou iambu), urus e patos (ipeca), animais como macaco, o quati, a irara, o veado, o gato (pichana) e até cobras mansas se encontravam no mais íntimo convívio’.

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